Folha de S. Paulo


Venda de 85 obras de Joan Miró detona protestos em Portugal

O anúncio do leilão de 85 obras do artista espanhol Joan Miró detonou uma onda de protestos de milhares de pessoas em Lisboa, que exigem que o governo português reveja a decisão.

Esse conjunto de trabalhos de Miró está há sete anos em Portugal e pertence à coleção de arte do Banco Português de Negócios, estatizado em 2008 no auge da crise econômica. Desde que entraram no país, os quadros nunca foram exibidos ao público.

Membros da comunidade artística local, como Pedro Lapa, diretor do Museu Coleção Berardo, agora encabeçam um protesto para evitar a venda do acervo, já que sua manutenção e conservação ao longo dos últimos anos teria tido um custo elevado para o governo. Um abaixo-assinado on-line já reúne 8.600 assinaturas contra a venda.

Outro ponto que chama a atenção é o preço. A casa de leilões Christie's, que deve leiloar as peças no início de fevereiro caso o governo não desista da operação, espera arrecadar cerca de R$ 115 milhões, enquanto o valor do mesmo acervo havia sido avaliado há seis anos em R$ 263 milhões.


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