Folha de S. Paulo


Documentário indicado ao Oscar é criticado por governo da Indonésia

O governo da Indonésia não recebeu bem a indicação de "O Ato de Matar" ao Oscar de melhor documentário. Em uma matéria publicada nesta quinta (23) pelo jornal "The Jakarta Globe", da capital indonésia, o porta-voz presidencial afirmou que o filme retrata o país às avessas, como se ainda estivesse nos anos 1960.

O documentário dirigido pelo americano Joshua Oppenheimer explora os massacres de pessoas acusadas de comunismo ou de etnia chinesa no país após uma tentativa de golpe em 1965 e reencena alguns desses momentos com a participação de indivíduos envolvidos nos eventos originais.

"[A Indonésia] é retratada como uma nação cruel e sem lei", disse o representante do governo à publicação. "Isto não é apropriado, é sem cabimento. Deve ser lembrado que a Indonésia passou por uma reforma. Muitas coisas mudaram. A percepção das pessoas não devia ser tão influenciada por apenas um filme."

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Cena do filme 'O Ato de Matar
Cena do filme 'O Ato de Matar'

Ele também criticou a decisão do cineasta de focar a obra em apenas um grupo de pessoas. "As fontes são limitadas às poucas pessoas que cometeram os atos de atrocidade. Isso realmente é suficiente para interpretar um evento histórico significante?"

Após uma investigação de quatro anos sobre os massacres, a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Indonésia concluiu que os eventos são "uma violação séria de direitos humanos e um crime contra a humanidade", mas nenhum grupo foi julgado como responsável.

O diretor do documentário comentou as críticas em sua conta no Twitter : "O governo indonésio finalmente respondeu (inadequadamente) a 'O Ato de Matar' e é a capa inteira do 'The Jakarta Globe'".

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