Folha de S. Paulo


Crítica: Narrativa sem consistência atropela aventura de verão

Esta continuação da despretensiosa comédia "Muita Calma Nessa Hora" (2010) —que fez sucesso entre estudantes de férias— aposta na mesma receita: história leve voltada ao público adolescente, participações especiais de comediantes muito conhecidos e belas paisagens.

A repetição da fórmula implica necessariamente na reprise das debilidades do filme original.

Três anos depois das aventuras em Búzios mostradas no primeiro filme, as amigas Tita (Andréia Horta), Mari (Gianne Albertoni), Aninha (Fernanda Souza) e Estrella (Débora Lamm) se reencontram no Rio de Janeiro, durante um festival de música.

Divulgação
Andrea Horta e Marcelo Adnet em cena do filme Muita Calma Nessa Hora 2
Andrea Horta e Marcelo Adnet em cena do filme Muita Calma Nessa Hora 2

Tita acaba de voltar de Londres e quer ser fotógrafa profissional. Mari tem um emprego na produção do festival e leva Aninha para trabalhar no evento.

Estrella retorna da Argentina para visitar o pai, que acaba de abrir uma pousada e espera lucrar com o evento musical.

Assim como aconteceu no filme anterior, a fragilidade e a falta de ritmo da narrativa comprometem o resultado.

Magra, a trama é uma sucessão descosida de "gags" e esquetes com cara de sitcom, geralmente protagonizados pelos comediantes conhecidos que fazem breves aparições, como Paulo Silvino, Bruno Mazzeo, Helio de la Peña e Lúcio Mauro Filho.

A melhor performance é a de Mazzeo —corroteirista do filme, mas muito mais competente como ator— que encarna um pitoresco cantor resultante do cruzamento entre Justin Bieber e o sertanejo universitário. Mazzeo dosa muito bem o sotaque caipira, conseguindo bom resultado cômico.

Por outro lado, o forçadíssimo sotaque paulistano e as gírias exageradas do personagem de Marcelo Adnet, que ganhou mais espaço neste segundo filme, cansam pela constante repetição.
Enquanto isso, as quatro amigas não cativam a atenção do espectador.

A melhorzinha é Estrella, a hippie que vive abraçada a uma samambaia e fala citando letras de antigas canções da MPB. A pior é Mari, personagem tão insosso como a atriz que lhe dá vida.

Para culminar, o merchandising —que já era onipresente no filme de 2010— continua mostrando as caras.

MUITA CALMA NESSA HORA
DIREÇÃO Felipe Joffily
PRODUÇÃO Brasil, 2013
ONDE Anália Franco e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
*AVALIAÇÃO * ruim


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