Folha de S. Paulo


Em ano de Bienal de SP, museus do país apostam em brasileiros

Depois de um ano em que estrangeiros como Ai Weiwei, Lucian Freud, Cai Guo-Qiang e Stanley Kubrick dominaram o calendário dos museus no país, o ano que acaba de começar vai apostar pesado em brasileiros e artistas que construíram sua obra no país.

Fora a mostra dedicada à obra do músico britânico David Bowie, que começa no fim deste mês no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, a individual do alemão Tino Sehgal, em março, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio e uma exposição dedicada ao movimento de vanguarda que ficou conhecido como Zero, em abril, na Pinacoteca do Estado, 2014 deve ser o ano dos brasileiros no circuito.

Já estão confirmadas mostras de Marcello Grassmann, em fevereiro na Estação Pinacoteca; Mira Schendel, em julho, na Pinacoteca do Estado; Abraham Palatnik, em julho, no Museu de Arte Moderna; Rivane Neuenschwander e Paulo Bruscky, em outubro, também no MAM; Aloísio Magalhães, em julho, no Itaú Cultural; Claudia Andujar, em setembro, no Instituto Inhotim; Antônio Dias, em março, na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre; e Rafael França, também em março, no Museu de Arte Contemporânea da USP.

Isso talvez porque a 31ª edição da Bienal de São Paulo, este ano com curadoria do britânico Charles Esche, já deva dar conta de reunir, em setembro, grandes estrelas da arte global no pavilhão desenhado por Oscar Niemeyer no parque Ibirapuera.

Pouco antes da mostra, aliás, em junho, Niemeyer, morto há dois anos, terá sua obra revista numa retrospectiva já confirmada pelo Itaú Cultural. Mas o ano no centro cultural da avenida Paulista começa no fim deste mês com a reunião completa de toda a fotografia modernista no acervo do banco, com obras de artistas como José Yalenti, Geraldo de Barros e German Lorca.

Também em janeiro, o Museu de Arte Moderna abre duas mostras, uma intervenção da norte-americana Jenny Holzer ao longo do corredor que liga as duas salas de exposição do museu, e uma grande mostra inspirada nas manifestações de junho do ano passado.

No Centro Cultural Banco do Brasil paulistano, o ano começa com uma grande mostra da arte pop norte-americana e do expressionismo alemão, com nomes que vão de Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat a Gerhard Richter. A Folha apurou que o CCBB também planeja trazer ao país uma mostra do artista russo Wassily Kandinsky, mas a instituição ainda não confirma locais nem datas.

Em março, o Museu de Arte Moderna do Rio exibe uma seleção poderosa de esculturas do artista australiano Ron Mueck, agora em cartaz na Fundación Proa, em Buenos Aires, enquanto maio verá desembarcar em São Paulo a mostra da artista japonesa Yayoi Kusama, que também passou por Buenos Aires, e chegará ao Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

No embalo da Bienal de São Paulo, em setembro, o Instituto Inhotim, nos arredores de Belo Horizonte, aproveita para inaugurar dois novos pavilhões, um dedicado à obra fotográfica de Claudia Andujar e outro aos trabalhos luminosos do dinamarquês Olafur Eliasson.

No Masp, nenhuma mostra de peso está confirmada, mas o museu planeja trazer ao país uma individual do pintor alemão Neo Rauch e uma mostra com dez artistas contemporâneos suecos, ambas marcadas para o segundo semestre.

Também são celebrados em 2014 os centenários da arquiteta Lina Bo Bardi, que deverá ter uma grande mostra em sua homenagem no Sesc Pompeia, e do artista Iberê Camargo, que em novembro terá uma retrospectiva comemorativa de sua obra ocupando todos os espaços da Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.


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