Folha de S. Paulo


Hollywood fala muito sobre Holocausto, mas ignora a escravidão, acusa Steve McQueen

O diretor Steve McQueen, que está atualmente divulgando seu aclamado "12 Anos de Escravidão", um dos favoritos ao Oscar, criticou Hollywood pelo que ele considera ser uma escassez de filmes sobre os escravos negros nos Estados Unidos.

Para McQueen, isso demonstra que a indústria cinematográfica quer "evitar o assunto".

Crítica: '12 Anos de Escravidão' é o melhor e mais necessário filme em muitos anos

"A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) durou cinco anos e há centenas e centenas de filmes sobre a Segunda Guerra e o Holocausto", disse o cineasta em entrevista à emissora britânica Sky News.

Mario Anzuoni/Reuters
O cineasta Steve McQueen posa em frente a pôsteres de seu filme, '12 Anos de Escravidão', em Los Angeles
O cineasta Steve McQueen posa em frente a pôsteres de seu filme, '12 Anos de Escravidão', em Los Angeles

"A escravidão durou 400 anos e há menos de 20 filmes. Nós temos que reparar esse equilíbrio e olhar para esse período da história [a escravidão negra]."

Em seu último filme, McQueen traz o ator Chiwetel Ejiofor como Solomon Northup, figura histórica negra americana. Nascido livre, ele foi raptado em Washington e levado como escravo para trabalhar nas plantações da Louisiana, em 1841.

"12 Anos de Escravidão" conta ainda com Michael Fassbender, no papel de um latifundiário sádico, e Brad Pitt, numa participação pequena como um abolicionista (Pitt também é produtor do longa).

O filme foi indicado a sete Globos de Ouro.

Nos Estados Unidos, onde o filme já está em cartaz, há diversos relatos de pessoas que deixaram as salas de cinema, incomodadas com a violência com a qual a escravidão é retratada. Mesmo assim, Ejiofor disse à Sky News que o roteiro suavizou alguns dos episódios pelos quais Northup passou na vida real.

"12 Anos de Escravidão" estreia em 28 de fevereiro no Brasil.


Endereço da página:

Links no texto: