Folha de S. Paulo


Scorsese e DiCaprio são acusados de 'glamorizar psicopatia' em novo filme

A filha de um homem ligado aos esquemas financeiros mostrados no novo filme de Martin Scorsese, "O Lobo de Wall Street", considerado um dos favoritos ao próximo Oscar, criticou o cineasta e o protagonista, Leonardo DiCaprio, por glamorizar um estilo de vida de "escapadas sexuais divertidas e farras com cocaína".

Christina McDowell, cujo pai, Tom Prousalis, era um dos sócios de Jordan Belfort, o corretor de ações charlatão interpretado por DiCaprio no filme, acusou o ator e o cineasta de "exacerbarem nossa obsessão nacional com riqueza e status" e de "glorificar a ganância e o comportamento psicopático" em carta aberta, publicada na revista "LA Weekly".

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McDowell, que diz ter sido forçada a trocar de nome depois de descobrir que seu pai roubou sua identidade para lavar dinheiro antes de ser preso por fraude financeira, disse que "O Lobo de Wall Street" "segue fingindo que esses tipos de esquemas são entretenimento, mesmo com o país se recuperando de outra série de escândalos em Wall Street".

Além disso, segundo McDowell, o filme é "misógino" e "degradante para as mulheres". Ela atacou Scorsese e DiCaprio pela falta de consideração sobre a "mensagem cultural" enviada por ambos ao lançar o longa.

Ela relata ainda que passou fome e ficou sem ter onde morar devido às consequências desastrosas das dívidas de milhares de dólares deixadas por seu pai.

A carta aberta surgiu num momento em que Belfort está se aproveitando da fama trazida pelo filme, já que ganhará um novo reality show sobre sua vida.

"O Lobo de Wall Street" também já foi criticado por associações de defesa aos animais, devido ao uso de um chimpanzé nas filmagens.


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