Folha de S. Paulo


Fotógrafo relaciona o processo de amadurecimento de bananas à morte

O fotógrafo Caio Cezar, paulistano radicado em Florianópolis e colaborador da Folha, criou um painel fotográfico que mostra as etapas do amadurecimento de um cacho de bananas.

O trabalho "Banana 45" faz parte da mostra "Fotografia Contemporânea Brasileira", no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC).

Segundo o fotógrafo, a ideia inicial era fazer uma única imagem com intenção meramente estética. Mas, depois da primeira foto, surgiu a ideia de documentar todas as fases do amadurecimento da fruta. "Vi aquele cacho de bananas lindo, verde e bem simétrico e achei que seria um pecado não fotografá-lo, então eu comprei e levei para o estúdio", disse.

O processo durou 45 dias até o início do apodrecimento. "Achei bonito o mosaico de transição do verde para amarelo e depois para o preto. Mas a medida em que eu ia fazendo, percebi que o painel falava de impermanência, passagem do tempo", explica.

Ainda segundo Cezar, a fotografia tem uma relação contínua com a morte. "Na medida em que registramos atos e tempos passados, a pessoa no retrato é sempre uma pessoa do passado. Então o cacho de banana é o ciclo de vida de todos os seres da terra. Nascimento, amadurecimento e morte", relata o artista.

O painel de "Banana 45", que possui 1,20 m por 1,60 m, estará exposto no MASC até o dia 2 de fevereiro.


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