Folha de S. Paulo


Pintor Gershon Knispel traz olhar sobre conflitos do século 20

Gershon Knispel nasceu na Alemanha em 1932 e, com três anos de idade, foi levado pelos pais judeus à Palestina.

Lembra-se de grupos de refugiados da Segunda Guerra desembarcando entre os árabes, dos conflitos com colonos ingleses, conta que assistiu à criação do Estado de Israel, nos anos 1940.

Artista curioso e viajante inquieto, veio parar no Brasil nos anos 1950. Aqui, fez amizade com artistas da esquerda, entre eles o dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri e o arquiteto Oscar Niemeyer.

Eduardo Anizelli/Folhapress
O artista Gershon Knispel em frente à tela 'Operação Condor, Vladimir Herzog', de 1973
O artista Gershon Knispel em frente à tela 'Operação Condor, Vladimir Herzog', de 1973

Suas telas, algumas delas expostas até o dia 5 de janeiro na galeria Marta Traba, no Memorial da América Latina, retratam eventos históricos sob o olhar de um artista que ainda hoje se diz comunista.

Horrores da guerra, levantes populares, cenas de escravidão desencadeiam-se a partir de pinceladas escuras, tons de cinza e de azul, e também em gravuras. Muitas das imagens inspiram-se em fotos de jornais, aproximando a obra de Knispel de um sentido documental.

CRUZADAS

É sobre essa produção que o artista fala, amanhã, às 19h, na galeria Marta Traba. A conversa, com entrada franca, terá participação do curador Fábio Magalhães, do ator Juca de Oliveira e do documentarista Silvio Tendler.

Entre as histórias, ele conta sobre como criou ilustrações para a edição brasileira do poema "Cruzada das Crianças 1939", de Bertolt Brecht, publicada no Brasil em 1962. E também de como recebeu a notícia de que o dramaturgo alemão havia se interessado pelo trabalho.

PALESTRA COM GERSHON KNISPEL
QUANDO amanhã, às 19h
ONDE galeria Marta Traba (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664; tel. 0/xx/11/3823-4600)
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO livre


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