Após ser retratado no documentário "No Caminho das Setas", de Daniela Broitman, o músico Marcelo Yuka se prepara para abrir a casa em um programa de TV e para ter a vida novamente exposta em uma biografia a ser lançada no ano que vem.
Yuka grava o programa de entrevistas "Hoje Eu Desafio o Mundo Sem Sair da Minha Casa", uma série de 26 episódios a ser exibida no canal PlayTV. A ideia nasceu de um café que o músico realiza todas as tardes há muitos anos em sua casa. Ele recebe amigos e alguns deles acabam tocando e gravando eu seu estúdio.
"É esse café com entrevista e estúdio, muito cotidiano, com a minha mãe, o cachorro, tudo misturado. Mas não é um reality show porque eu não estou a fim de mostrar a hora em que tomo banho", afirma o músico. Já os temas são "ácidos", como violência, criminalidade e militarização da polícia
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Alguns deles entraram, inevitavelmente, no documentário, que contou o episódio em que Yuka levou nove tiros de assaltantes no Rio e ficou paraplégico. Em cartaz no cinema no ano passado, o filme ganhou nova vida ontem ao entrar para o catálogo do Netflix, que tem a exclusividade de exibição da obra em plataformas de TV sob demanda.
Veja o trailer do documentário "No Caminho das Setas"
Para o músico, o filme o retrata de maneira "gentil". "Eu pessoalmente gosto quando não vejo só a fragilidade ou a virtude do personagem. Quando vejo o lado ruim, digo que esse cara é de verdade. Eu tenho dúvida se o filme passa isso, mas o filme não é meu e eu respeito o recorte. No começo eu não respeitava, hoje respeito."
Outro recorte é a biografia escrita por Bruno Levinson, autor de "Vamos Fazer Barulho! Uma radiografia de Marcelo D2" (Ediouro, 2007), que deve ser lançada no ano que vem. Segundo Yuka, ele tentou ficar o mais próximo possível do autor para a biografia o "contemplasse".
"Eu já vivi 47 anos. É muito mais que 400 páginas. Eu acho que o biografado sempre vai dizer que faltou isso ou aquilo", afirma.
No campo músical, Yuka está gravando o que considera seu primeiro disco solo, com participação de Marisa Monte e Cibele, entre outros; participa do projeto A³ que chama de "tribalistas dos pobres", com Seu Jorge e D2; e montou uma banda de heavy metal chamada Mestiço, com músicas sobre a "questão indígena".
"Estou atacando em todas as áreas", diz.
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| O músico Marcelo Yuka em cena do documentário 'O Caminho das Setas' |