Folha de S. Paulo


Judeus exigem que livraria holandesa deixe de vender livro de Hitler

A Federação de Judeus Holandeses anunciou que tomará medidas legais contra uma livraria de Amsterdã por vender exemplares de "Mein Kampf", obra de Adolf Hitler cuja comercialização é proibida na Holanda desde 1974.

A "The Totalitarian Art Gallery" tem em suas prateleiras duas cópias do livro original e uma tradução em holandês, indicou nesta segunda-feira o jornal local "NRC".

O proprietário da galeria, Michiel van Eyck, afirmou à publicação que não está "surpreso" com a ação, mas justificou a venda das obras por sua importância histórica e ressaltou que nunca as expôs em sua vitrine.

Carl de Souza/France Presse
Edição do livro
Edição do livro "Mein Kampf", de Adolf Hitler, em alemão

O presidente da Federação de Judeus Holandeses, Herman Loonstein, defendeu a medida, considerando que "em um momento do grande aumento do anti-semitismo é importante que sejam tomadas medidas duras contra esta forma de discurso do ódio".

A federação disse que pedirá a retirada imedias das obras da livraria. A organização anunciou ainda que fará uma denúncia contra o site Wikipedia por permitir o download do livro de Hitler.

A polêmica reavivou um debate que já tinha vindo à tona há seis anos no país, quando o Parlamento holandês votou sobre a anulação da proibição, que impede a compra e venda da obra "Mein Kampf", mas não sua leitura. De acordo com a "DutchNews", a maioria do Parlamento conseguiu manter a proibição.

Van Eyck também vende em sua loja outros objetos da era nazista, assim como relíquias da ditadura stalinista e do regime maoísta na China.


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