Folha de S. Paulo


Desfile de roupas em estação do metrô abre SPFW

Às 13h deste domingo, a estação Vila Madalena da linha verde do metrô de São Paulo ficou pequena para a multidão que acompanhou o "desfile retrospectiva" que deu início à 36ª São Paulo Fashion Week, que vai até a sexta-feira (1), no parque Villa-Lobos.

Quarenta modelos se aglomeraram em pé nos vagões do metrô exibindo 40 looks de estilistas como Alexandre Herchcovitch, João Pimenta, Ronaldo Fraga, Gloria Coelho e André Lima, em um percurso que durou cerca de uma hora com paradas nas estações Ana Rosa, Tamanduateí, Alto do Ipiranga e Vila Prudente.

As tops Micheli Provensi, Fabiana Mayer e Thalytha Pugliesi subiam e desciam as escadas rolantes, fazendo carão e arrancando gritinhos de gente que nunca havia visto de perto um desfile.

Entre elas estava a dona de casa Rosângela Mendes, 44, que não cansava de tirar fotos dos looks. "Usaria todos. Mas bem que eles podiam colocar uma plaquinha no pescoço das modelos informado quem fez as roupas. O povão não entende essas coisas", disse.

Aspirantes a estilista e a modelo assediavam o diretor do evento, Paulo Borges, e os bookers das agências que acompanhavam o trajeto do desfile. A estudante Lua Dyhrberg, 15, veio de Salvador (BA) com a mãe à procura de emprego como modelo.

Volta e meia furava a segurança para ficar no meio das modelos e aparecer na fotos. "É uma oportunidade de ouro", disse a estudante.

Já a aposentada Lenita Cuenca, 64, acompanhava tudo no canto da parede. "Acho lindo, nunca tive oportunidade de ver algo assim", disse. "Vim mais pela minha neta, que está cantando."

A convite da organização, a cantora Giovanna Sulleiman, 17, vencedora de um concurso promovido pela empresa que controla a SPFW, parou de estação em estação cantando músicas de Nina Simone e Janis Joplin.

Na última parada, foi aplaudida pela plateia, em sua maioria mulheres, que após a performance formou uma fila gigante para se maquiar num espaço montado por uma marca de cosméticos.

"Foi o melhor dia da minha vida", disse a dona de casa Maria do Socorro, 72. "Esses eventos deviam ser abertos ao público. É tudo tão bonito e só gente rica tem acesso, né?"


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