Folha de S. Paulo


Morre aos 89 anos o filósofo e crítico de arte Arthur C. Danto

Morreu nesta sexta-feira (25) o filósofo e crítico de arte norte-americano Arthur C. Danto. Danto, que tinha 89 anos, era professor emérito da Universidade de Columbia, em Nova York. A causa da morte não foi informada.

Danto, que escreveu críticas para o periódico "The Nation" de 1984 a 2009, é conhecido por haver declarado o "fim da arte".

No ensaio "The Artworld", de 1964, o filósofo cunhou o termo "artworld" (mundo da arte), definido por ele como a atmosfera cultural e histórica em que uma obra de arte é criada.

Mais tarde, Danto analisou a trajetória da arte no ensaio "The End of Art" (o fim da arte), em que afirma que uma exposição de Andy Warhol, em 1964, marcou o fim da história da arte.

Na mostra, o artista pop empilhara caixas de sabão Brillo. Para Danto, autor do livro "Andy Warhol" (Cosac Naify), a mostra marcou uma nova era do pluralismo da arte.

No texto, Danto traçou uma cronologia da arte, descrevendo sua vocação mimética e, mais tarde, a perda de seus limites filosóficos ou estilísticos. Segundo ele, não haveria atualmente uma maneira de enquadrar a arte, o que implicaria o final de sua história.

O filósofo foi um dos signatários do "Humanist Manifesto II", escrito em 1973, que defende uma filosofia que não inclui necessariamente a crença em um poder superior e se opõe ao racismo e às armas de destruição em massa, entre outros. Além disso, o manifesto defende o direito ao aborto.

Em 1990, Danto ganhou o Prêmio de Crítica do National Book Critics Circle pelo livro "Encounters and Reflections: Art in the Historical Present", uma coletânea de suas críticas sobre artistas como Warhol e David Hockney. Além disso, o autor também discute o conceito de obra-prima.

O livro "What Art Is", lançado nos Estados Unidos no começo do 2013, também reúne ensaios do filósofo.


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