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'Ela aparecia nas listas todo ano', diz editora da Nobel Alice Munro

Kristin Cochrane, diretora-executiva da McClelland & Stewart Doubleday Canada --casa que publica a Nobel Alice Munro desde o início da carreira e pertence desde 2012 ao braço canadense da Random House, maior grupo editorial do mundo--, ainda não tinha conseguido localizar a autora uma hora e meia após o anúncio de que ela havia ganhado o prêmio Nobel de Literatura.

"É muito cedo por lá [em Vancouver], não sei nem se ela está acordada", disse, no estande da Random House na Feira de Frankfurt, uma hora e meia depois do anúncio.

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O espaço, o maior estande no pavilhão das editoras de língua inglesa, exibia na entrada os nomes de 56 prêmios Nobel de seu catálogo, de Rudyard Kipling, em 1907, a Barack Obama, em 2009, lista que agora chega a 57.

Cochrane disse que não estava na expectativa pelo prêmio, embora Munro aparecesse em segundo lugar nas listas de apostas para o Nobel dias antes da premiação. "Ela aparecia na lista todo ano, e também temos outros nomes lá. O que a gente tem sempre é esperança", disse.

Sobre Munro parar de escrever, algo que a escritora anunciou meses atrás que "provavelmente" faria, a editora disse não ter tanta certeza disso. "É muito comum escritores dizerem isso e depois voltarem atrás. Não sei se está confirmado, mas também não a pressionamos a respeito."

Para Cochrane, o diferencial da autora é "um olhar atento para como as pessoas são no mundo, a capacidade de prestar atenção nos detalhes do dia a dia e de cada um". "Ela já é bem traduzida, mas fico feliz que com o prêmio mais pessoas possam ter acesso à obra dela. Como é uma observadora muito universal, torna-se facilmente acessível."

Recentemente, Munro recebeu um prêmio pelo conjunto da obra, concedido pela Associação Canadense de Livreiros. Participou de um jantar em maio e agradeceu aos livreiros pelos "serviços prestados à população canadense" --como ela própria foi livreira, disse Cochrane, "isso é algo que ela valoriza muito".

Editoria de Arte/Folhapress

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