Folha de S. Paulo


Único negro entre 70 brasileiros, Paulo Lins diz não ver racismo na seleção de Frankfurt

Após aparecer em jornal alemão criticando o racismo na lista de autores brasileiros levados pelo governo à Feira de Frankfurt, o romancista Paulo Lins disse que sua fala foi descontextualizada na entrevista.

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O texto, publicado no domingo (6) pelo jornal alemão "Tagesspiegel", informava que, para Lins, a seleção de autores não representava o Brasil. "Sou o único autor negro da lista. Como isso não é racismo?", disse ele, segundo o jornal.

Na noite desta terça (8), no evento de abertura da Feira de Frankfurt, Lins explicou que o racismo não é da lista, que apenas reflete uma questão da sociedade brasileira.

"Nas redações de jornal também é assim, não há negros. Quantos negros há na Redação da Folha? Também há poucos negros médicos, engenheiros, empresários, isso é um reflexo de um problema histórico brasileiro", argumentou. "O racismo é anterior à seleção de autores. Não é a lista que é racista, é o Brasil."

Lins elogiou a seleção de autores feita por Manuel da Costa Pinto, curador da programação literária, junto com o coordenador da programação cultural, Antonio Martinelli. Questionado sobre outros autores negros que poderiam estar na lista, citou Nei Lopes, Ricardo Aleixo e Ana Maria Gonçalves."


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