Folha de S. Paulo


David Coverdale, 62, traz de volta o Whitesnake, 35

David Coverdale, 62 anos completados há dez dias, e a banda que lidera desde 1978, Whitesnake, voltam ao Brasil neste mês, para se apresentar no Monsters of Rock.

A banda britânica está prestes a encerrar a turnê do álbum "Forevermore", lançado em 2011, que recolocou o Whitesnake na parada americana de sucessos após mais de 20 anos, desde o tempo de singles como "Is This Love" e "Here I Go Again".

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Coverdale falou à Folha sobre a surpresa de tanto êxito. "Continuar fazendo turnês aos 62 anos é incrível para mim. 'Forevermore' é um dos melhores álbuns que o grupo já gravou, mas não esperava todo esse sucesso."

Mais uma comprovação do bom momento da banda é um pacote de lançamentos chegando às lojas, com material gravado ao vivo durante a turnê em andamento: um CD duplo registrado na Inglaterra e um DVD/Blu-ray e CD duplo com show no Japão.

Este último leva o nome "Made in Japan", mesmo título de um álbum do Deep Purple lançado antes de Coverdale integrar a banda, de 1973 a 1976. Ele cantaria depois em outro disco ao vivo do Purple, "Made in Europe".

"Na verdade, 'Made in Britain/The World Record' era para ter sido nosso único lançamento neste ano, mas quando conferimos os registros que fizemos no Japão, ficou claro que teríamos que lançar esse material. Tinha muita qualidade para deixarmos de lado", conta o vocalista.

Além dessas novidades, o Whitesnake mexeu em seu baú, soltando uma caixa com oito álbuns da fase inicial da banda, de 1978 a 1982.

Durante seus 35 anos de estrada, o grupo teve várias formações, com participações de músicos consagrados como os guitarristas Steve Vai e John Sykes, e dois parceiros de Coverdale no Purple, o baterista Ian Paice e o tecladista Jon Lord (1941-2012).

"Eu não faço comparações entre formações do Whitesnake, assim como não comparo as mulheres com quem tive relações", diz, aos risos. "A formação atual é ótima. Compor com o guitarrista Doug Aldrich tem sido muito bom."

Coverdale diz que o Whitesnake é um caso raro de banda capaz de agradar ao público mais radical do heavy metal, como o que deve encontrar no Monsters of Rock, e também aos que gostam dos momentos mais pop do grupo.

"Nunca planejei isso. Já tocamos em festivais ao lado de bandas bem pesadas, e todos sempre cantam conosco."

O vocalista emenda um elogio ao público brasileiro: "Sempre que tocamos aí é incrível. Lembro-me bem da primeira vez, no Rock in Rio, em 1985". A banda foi chamada em cima da hora para o festival, depois da desistência de outra.

"Fomos para substituir o Def Leppard, porque tínhamos o mesmo empresário. A reação dos fãs foi inesquecível! Ficamos no Rio de Janeiro durante dez dias loucos. Voltei cansado de tanto me divertir e tomar caipirinha!"


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