Folha de S. Paulo


Manifestantes protestam na abertura do Festival do Rio

Os convidados que compareceram à abertura do Festival do Rio, na noite desta quinta (26), no cinema Odeon (centro), foram recebidos por manifestantes que vaiavam e ironizavam cada um dos que passava pelo tapete vermelho, além de gritar contra a mídia e os políticos.

"Mulher bonita / é mulher que luta", gritava o grupo, que dividia o espaço com a tradicional aglomeração de fãs interessados em fazer fotos das estrelas. "Chega de novela" e "cinema mascarado" foram outros gritos.

Inicialmente restrito a cerca de 30 pessoas, o protesto foi encorpado com a chegada de manifestantes que estavam na Câmara Municipal. Alguns usavam máscaras de Carnaval e portavam cartazes ("Os 'artistas' estão com o rabo preso", dizia um deles).

Gritos como "Cadê o Amarildo?", "Não vai ter Copa" e "Mídia/fascista/sensacionalista" também foram bradados.

Ao menos dez policiais acompanharam a manifestação, tentando contê-la, sem sucesso. Com o acirramento da situação --um policial teve de ser contido pelos colegas para não agredir os manifestantes--, um PM procurou a organização do festival. Nervoso, gritava: "Cadê o responsável? Tem que acabar logo com isso aqui, pô. Tá vendo a situação que tá causando pra gente?"

O cinema Odeon fica próximo à Câmara de Vereadores do Rio onde, por volta das 15h, um grupo de cerca de 200 professores invadiu o plenário da casa, interrompendo a sessão de votação do plano de carreira da categoria. Segundo a assessoria da Câmara, a sessão foi remarcada para a próxima terça-feira, às 14h.

Até o momento, os professores permanecem no interior do prédio e, segundo colegas, dizem que só sairão se o presidente da casa garantir que o projeto não será votado.

Tanto a categoria dos professores municipais quanto a dos professores estaduais estão em greve desde agosto. Os professores estaduais estão acampados em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

Do lado de dentro, no discurso de abertura do festival, Ilda Santiago, uma das diretoras do evento, mencionou os protestos.

"Talvez estes protestos aí fora sejam um sinal de que o cinema brasileiro deu certo, porque a gente conseguiu atrair toda essa gente aqui para a porta, e eles só protestam em frente a coisas importantes."


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