Folha de S. Paulo


Barcinski: Avenged Sevenfold faz mistura insossa de metal, emo e gótico

Quando ninguém acreditava que o Rock in Rio poderia escalar uma banda mais genérica, derivativa e falsa quanto o Nickelback, eis que surge o Avenged Sevenfold.

Na verdade é a mesma banda, com pequenas diferenças: enquanto o Nickelback apela a meninas de 17 anos e faz baladas hard rock de FM, o Avenged Sevenfold apela a meninos de 17 anos e faz balada metal-gótica de videogame.

Imagine uma banda vestida de figurantes de "Mad Max" tocando uma mistura insossa de metal, emo e gótico em um hotel temático do Misfits em Las Vegas. Isso é Avenged Sevenfold.

Tudo na banda é de plástico, começando pelos nomes assustadores de seus integrantes: o cantor se chama M. Sombras, os guitarristas são Zacky Vingança e Portões Sinistros, e o baixista chama Joãozinho Cristo. Ui, que medo.

A exemplo do Nickelback, o Avenged Sevenfold - ou A7X - foi criado em uma linha de montagem por algum produtor muito esperto. O grupo apela ao imaginário adolescente com um cenário cheio de caveiras, símbolos macabros, fogos e explosões. Tudo para encobrir a ruindade do som.

A música é aquela gororoba de sempre: uma mistura indefinível de canções pesadas para o público erguer os punhos e baladas xaropentas de cantar junto.

Tudo muito profissional, claro: todos são excelentes músicos e sabem se comportar bem em cima de um palco. A qualidade do som, aliás, estava incrivelmente melhor que a do Slayer, com muito mais volume e definição (outra ironia do RiR: quanto pior a banda, melhor o som).

Todo o repertório foi sofrível, mas "Fiction" - uma baladinha açucarada com um piano safado - foi o ponto baixo. Cantada por M. Sombras de olhos fechados e com expressão de profunda dor (a joça foi composta por um falecido ex-integrante da banda), lembrou o Fábio Jr. cantando Bauhaus. Vade retro.


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