Folha de S. Paulo


Diretor de "Amazônia" diz que macaco do filme é 'uma estrela como George Clooney'

A grande estrela do encerramento do Festival de Veneza não foi um ator hollywoodiano, mas um pequeno macaco prego de Manaus. Apesar de não poder sair do seu santuário na floresta brasileira, onde é cuidado por uma unidade do exército brasileiro, Kong é o protagonista de "Amazônia - Planeta Verde", filme em 3D que fecha as cortinas do evento cinematográfico italiano neste sábado (7).

"No início, usamos quatro macacos para criar nosso protagonista", conta o diretor francês Thierry Ragobert, referindo-se ao macaco de circo que cai no meio da Amazônia e precisa sobreviver na natureza selvagem. "Mas a maioria das cenas foi feita apenas por um macaco prego. Ele nos encantou pelas expressões. O problema é que não gosta de água, então precisamos usar um dublê. É uma estrela como George Clooney."

Divulgação
Cena do filme 'Amazônia - Planeta Verde', coprodução entre França e Brasil
Cena do filme 'Amazônia - Planeta Verde', coprodução entre França e Brasil

Apelidado de "ficção naturalista" pelo cineasta "Amazônia - Planeta Verde" coloca Kong próximo a diversos perigos naturais, de uma jiboia ao encontro com uma onça. "Nenhum animal correu perigo", garante Ragobert, pouco depois, em uma entrevista coletiva que não despertou o grande interesse da imprensa mundial --muitos jornalistas já voltaram para seus países ou partiram para o Festival de Toronto. "Os especialistas em animais estavam tão próximos que precisei até cortar uma cena porque eles apareciam na frente da câmera."

Já uma das cenas mais impressionantes do longa, numa cascata, o macaco prego e diva ganhou outro mimo: "usamos um macaco de pelúcia. A cena parece perigosa graças a nosso montador, mas nenhuma regra de segurança foi desrespeitada", confessa o cineasta, que levou três anos filmando com câmeras 3D na Amazônia um orçamento que varia em torno dos R$ 26 milhões. "Foi tudo uma grande loucura. Mas, como vocês dizem no Brasil, uma alegria."


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