Ganhar uma Palma, um Urso ou um Leão de Ouro está na lista de "coisas para fazer antes de morrer" de muitos cineastas. Mas, mesmo sem entregar nada de ouro --por não ser competitivo--, o Festival de Toronto, que começou ontem e vai até o dia 15, está conseguindo "roubar" vários filmes de eventos mais tradicionais da Europa.
A razão é simples: Toronto tornou-se a plataforma inicial da campanha pelo Oscar, que ocorre em março.
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Basta ver o retrospecto dos últimos anos. Em 2012, "Argo", de Ben Affleck, estreou em grande estilo em Toronto, ficou em segundo lugar na votação do público e levou a estatueta de melhor filme.
Mais emblemático foi o caso de "O Lado Bom da Vida", de David O. Russell, produção que não tinha entrado no radar até uma participação explosiva em Toronto --foi o favorito do público e acabou concorrendo a oito Oscar, vencendo o de melhor atriz (Jennifer Lawrence), em 2013.
"Toronto está posicionado como festival-chave para o Globo de Ouro e o Oscar. Quando estamos negociando a presença das produções, as companhias, os produtores e os agentes têm muita consciência do que Toronto pode fazer para ajudar um filme", disse o diretor Piers Handling, na coletiva de apresentação da seleção de 2013.
NOTÁVEIS
O filme de abertura, "O Quinto Poder", de Bill Condon, é um dos destaques, narrando a história de Julian Assange (interpretado por Benedict Cumberbatch).
"12 Years a Slave", de Steve McQueen ("Shame"), já gera especulações sobre possíveis indicações. O filme conta a história de um homem livre (Chiwetel Ejiofor) sequestrado e vendido como escravo nos EUA pré-Guerra Civil.
Com Meryl Streep e Julia Roberts no elenco, "August: Osage County", de John Wells, também parece fadado a conquistar indicações.
Idris Elba, visto recentemente em "Círculo de Fogo", é outro que gera atenção por seu retrato do ex-presidente da África do Sul quando jovem em "Mandela: Long Walk to Freedom", dirigido por Justin Chadwick.