Folha de S. Paulo


Museus divergem sobre como receber obras apreendidas de ex-banqueiro

Embora o governo venha implantando medidas para preservar obras de arte apreendidas em investigações policiais ou bloqueadas em imbróglios jurídicos, esse é um campo ainda incerto.

No caso das obras de Edemar Cid Ferreira, uma decisão judicial deve determinar até o fim do ano se mesmo as peças já encaminhadas a museus deverão ser incorporadas à massa falida do Banco Santos e leiloadas para honrar credores da instituição.

Governo quer acervo do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira em museu

Mesmo que museus públicos tenham, até agora, preservado, exposto e estudado as peças, elas podem voltar à esfera privada.

Editoria de Arte/Folhapress

Diretores de museus também divergem sobre a forma como um acervo nessas condições deve ser distribuído entre as instituições públicas, muitas vezes vendo mais problemas do que benefícios.

Ivo Mesquita, diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, diz que antes de as obras serem despachadas a museus é importante cada instituição determinar o que interessa mais ao seu acervo.

"Ter uma obra só por ter não é o caso", diz Mesquita. "Também seria um prejuízo para o museu incorporar obras sem saber sua procedência, o histórico da peça."

O Museu de Arte Contemporânea da USP, que já recebeu cerca de 2.000 peças da coleção de Cid Ferreira, fez uma nova avaliação das obras retidas na mansão do ex-banqueiro e quis parte delas, mas a massa falida queria a transferência total para cortar custos de manutenção. Diante do impasse, o MAC não levou mais nada.

Vânio Aguiar, administrador da massa falida do Banco Santos, diz que museus querem a transferência definitiva de certas peças e não a preservação de acervos inteiros. (SILAS MARTÍ)


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