Folha de S. Paulo


Prefeito de Los Angeles declara 'estado de emergência' na produção audiovisual local

O prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, declarou "estado de emergência" na cidade porque ela vem gradualmente perdendo produções cinematográficas e televisivas para outros locais.

Com filmes cada vez mais caros, os donos de estúdio preferem realizar gravações em lugares que ofereçam maiores incentivos financeiros e fiscais --assim, o orçamento é mantido sob controle. Por isso, os sindicatos que representam diversas categorias da indústria audiovisual registram desemprego crescente na Califórnia.

No verão americano deste ano, época reservada aos grandes lançamentos, nenhuma das superproduções foi feita em Hollywood: "Homem de Ferro 3" foi filmado na Carolina do Norte, "O Cavaleiro Solitário" foi filmado no Novo México e em Utah, e "O Grande Gatsby" foi filmado na Austrália.

Divulgação
O ator Robert Downey Jr em cena de 'Homem de Ferro 3'; longa não foi feito em Los Angeles
O ator Robert Downey Jr em cena de 'Homem de Ferro 3'; longa não foi feito em Los Angeles

O programa de incentivo oferecido pelo Estado da Califórnia não contempla produções que custem mais que US$ 75 milhões (R$ 174 milhões).

A Comissão de Cinema da Califórnia (CFC, na sigla em inglês), órgão estadual que acompanha a produção audiovisual na região, divulgou levantamento em que afirma que a perda dessas superproduções "teve o maior impacto na infraestrutura" do Estado. Elas empregavam milhares de trabalhadores e utilizavam serviços de dezenas de empresa locais.

Segundo dados da revista "Variety", a indústria cinematográfica de Los Angeles perdeu mais de 20 mil vagas entre 1997 e 2012.

"Temos que ser espertos sobre o que estamos procurando", disse Garcetti à publicação. "Talvez não sejam os filmes de US$ 200 milhões. Talvez sejam séries de TV a cabo e comerciais."

"Vamos lutar muitas lutas. Sei que não venceremos todas, mas precisamos nos esforçar para ganhar algumas batalhas dessa guerra", prometeu o prefeito.


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