Folha de S. Paulo


Max Cavalera se apresenta com o Soulfly no domingo (25) em SP e prepara biografia

O vocalista e guitarrista da banda Soulfly, Max Cavalera (ex-Sepultura), revelou em entrevista à Folha que lançará autobiografia com prefácio escrito por Dave Grohl no final de 2013. "No livro, que sai no Brasil até o final do ano se tudo correr bem, conto desde minha infância em Belo Horizonte, até das bandas que tocavam comigo como Overdose, Sarcófago, etc. A história vai contar a minha versão sobre tudo o que aconteceu na minha vida e as bandas que toquei ao longo destes anos, além de mostrar que ajudamos a colocar o nome de Belo Horizonte na rota do metal mundial. Na época, apenas São Paulo e Rio de Janeiro eram reconhecidas por todos", conta.

Divulgação
O vocalista e guitarrista brasileiro Max Cavalera
O vocalista e guitarrista brasileiro Max Cavalera, que se apresenta com a banda Soulfly em São Paulo

O músico disse ainda estar ansioso para a apresentação em São Paulo, no domingo (25/8 com o Soulfly, em show que marca o lançamento do disco "Savages". "A principal diferença é que 'Savages' é mais variado em termos de influências. Ele ainda tem aquela pegada death metal que o 'Enslaved' carrega, mas também possui os grooves que eu coloquei no primeiro álbum do Soulfly", revelou.

Max Cavalera também ficou surpreso pelo fato de não ter sido convidado para falar em um documentário que está sendo produzido sobre a história do Sepultura. "Não fui chamado, inclusive é a primeira vez que ouço falar sobre o assunto. Acredito que se alguém quiser fazer um documentário sobre o Sepultura, é claro que eu deveria ser convidado, pois ajudei a formar o grupo".

SOULFLY EM SÃO PAULO

QUANDO domingo, 25/8, às 17h
ONDE Carioca Club (r. Cardeal Arcoverde, 2.899, Pinheiros, São Paulo)
INGRESSOS R$ 80 (pista), R$ 120 (camarote)
VENDAS ON-LINE: http://xlivemusic.ingressorock.com.br
CLASSIFICAÇÃO 18 anos

LEIA ENTREVISTA COM MAX CAVALERA:

Folha - O Soulfly já tem data marcada para lançar o novo álbum "Savages". Qual a principal diferença dele para o "Enslaved" (2012)?

Max Cavalera - A principal diferença é que ele é mais variado em termos de influências do que o último trabalho. Ele ainda tem aquela pegada death metal que o "Enslaved" carrega, mas também possui os grooves que eu coloquei no primeiro álbum do Soulfly. As participações especiais também estão excelentes no disco, pois é de pessoas que admiro muito, como Jamie Hanks (I Declare War), Neil Fallon (Clutch) e Mitch Harris (Napalm Death). O álbum tem tudo que o fã do Soulfly deseja de nós.

E essa mistura de elementos tem a ver com a escolha do produtor Terry Date?

Sim, tem bastante. O Terry Date é superprofissional e um mestre no seu trabalho. Ele gravou grandes nomes como Pantera, Soundgarden e Deftones e tem toda essa gama de influências positivas no som da banda. Ele é um roqueiro de verdade e fez a gente gravar ao vivo no estúdio e tudo no volume mais alto. Foi uma honra trabalhar com o Terry e fiquei muito feliz com o resultado final.

E como é gravar pela primeira vez com seu filho e baterista Zyon Cavalera?

Sem dúvida foi diferente, mas ao mesmo tempo muito legal. Ele faz parte da minha vida profissional desde antes do seu nascimento, que teve a batida do seu coração registrada no disco "Chaos A.D." do Sepultura. Na última turnê do Soulfly, levei meu filho comigo e ele fez os shows como membro oficial da banda. Ele adorou e muita gente percebeu que ele toca muito, por isso resolvi mantê-lo. De certa forma, foi até um risco fazer tudo isso, já que ele nunca entrou em um estúdio grande, mas tenho muito orgulho em ver ele comigo no grupo. Consegui captar essa energia positiva e de sangue novo no álbum.

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O vocalista e guitarrista brasileiro Max Cavalera (centro) com a banda Soulfly
O vocalista e guitarrista brasileiro Max Cavalera (centro) com a banda Soulfly

É complicado dividir o lado de pai do lado de músico em relação ao Zyon?

Não foi muito complicado não, dividi bem as coisas. Tinha momentos para ser o pai e também a hora certa de ser companheiro de banda. Nós ensaiamos por dois meses em casa, no quarto dele, e fizemos praticamente o disco inteiro assim. Foi bem legal ver que meu filho é tão profissional a este ponto e um baterista incrível. É uma honra poder contar a companhia dele todos os dias.

No disco terá alguma música em português relacionada às manifestações?

Infelizmente não, pois quando as manifestações começaram tinha acabado de finalizar o álbum. Mas no disco vai ter uma música metade em espanhol, metade em português, que se chama "El Comegente", que é praticamente uma continuação da música "Plata O Plomo". A faixa "El Comegente" vai falar sobre o colombiano Vargas, que foi um serial killer canibal muito famoso na América do Sul, além de ser um tema bem interessante.

O Brasil vai receber dois grandes festivais este ano, o Rock in Rio e o Monsters of Rock. Você acha importante a volta destes eventos?

Sim, claro. O Sepultura tocou no Rock In Rio 2 e aquele show ajudou a alavancar a carreira da banda. Toco direto em festivais europeus e acho sempre muito legal, mas é uma pena que dessa vez não tocaremos no Brasil. Tomara que nos próximos anos, os produtores encaixem o Soulfly ou Cavalera Conspiracy nestes grandes festivais.

Por falar em Sepultura, você ficou sabendo que uma produtora resolveu bancar um documentário sobre o grupo? Você foi convidado para falar?

Não fui convidado, inclusive é a primeira vez que ouço falar sobre o assunto. Acredito que se alguém quiser fazer um documentário sobre o Sepultura, no mínimo eu deveria ser entrevistado no filme, pois ajudei a formar o grupo. Inclusive, vou lançar minha autobiografia até o final do ano e que conta com toda a minha história de vida, o começo do Sepultura, até minha saída, o início do Soulfly, Cavalera Conspiracy, etc.

E o livro vai sair em português também?

Sim, claro, acredito que até o final do ano o livro sai no Brasil. O prefácio foi escrito pelo Dave Grohl (Foo Fighters), que é fã declarado do Sepultura. No livro eu conto tudo mesmo, desde minha infância em Belo Horizonte, até das bandas que tocavam comigo como Overdose, Sarcófago, etc. Tem entrevistas com o pessoal da gravadora Cogumelo, que lançou o Sepultura, com o Jairo Guedez. Vai ser bem completo. A história vai contar a minha versão sobre tudo o que aconteceu na minha vida e das bandas, além de mostrar que ajudamos a colocar o nome de Belo Horizonte na rota do metal mundial. Na época, apenas São Paulo e Rio de Janeiro eram reconhecidas.

VEJA VÍDEO DE MÚSICA NOVA DO SOULFlY:

"Bloodshed"

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