Folha de S. Paulo


Paralisação de obras do anexo do Masp cria nova desavença entre museu e Vivo

Estão paradas desde o início deste ano, e sem previsão de retomada, as obras do anexo do Masp na avenida Paulista por causa de mais uma briga entre o museu e a Vivo. Essa é a crise mais recente de uma obra que se arrasta há sete anos, desde que a empresa de telefonia decidiu comprar e doar o prédio vizinho ao museu para que ali funcionasse um anexo com seu patrocínio.

Agora, a empresa de telefonia alega que o Masp descumpriu o mais recente acordo firmado entre eles em novembro de 2009, que previa a entrega do prédio em fevereiro do ano passado.

Um ano e meio depois, sem sinal de conclusão na reforma do Dumont-Adams, antigo prédio de apartamentos que a Vivo comprou por R$ 13 milhões, a empresa diz que avalia que medidas vai adotar, mas afirma que "o prazo estabelecido na Justiça não foi cumprido".

Editoria de Arte/Folhapress

Segundo o último acordo entre Masp e Vivo, a telefônica teria direito de operar uma galeria de exposições no térreo do novo espaço e emprestaria seu nome ao anexo, que seria chamado Masp Vivo. Também patrocinaria a estrutura para receber visitantes, como guias em áudio e mostras de arte tecnológica envolvendo celulares. Esses "projetos de sinergia" com o museu teriam orçamento de R$ 3 milhões.

Essa foi a solução ao primeiro impasse que levou à paralisação das obras. Num primeiro momento, órgãos de defesa do patrimônio histórico vetaram o projeto da Vivo, que previa um mirante em cima do antigo Dumont-Adams, porque a estrutura ultrapassaria a altura máxima de 70 metros autorizada na Paulista e afetaria a vista do Masp, prédio desenhado por Lina Bo Bardi e tombado pelo patrimônio histórico. Com o acordo, o mirante foi deixado de lado.

Quando sair do papel, o Masp Vivo deve abrigar a área administrativa do museu, uma escola de pós-graduação em museologia, história da arte e restauro que o Masp deve criar e um café que teria patrocínio da Nestlé.

Segundo o Masp, as obras atrasaram "devido a questões técnicas diversas". O museu também frisou, em nota à Folha, que "é o maior interessado em dar continuidade às obras e promover a inauguração do edifício" e descarta desistir do anexo, cuja reforma está orçada em R$ 15 milhões.


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