Folha de S. Paulo


Filme de parceiro de Tarantino sobre índios canibais da Amazônia estreia em Toronto

Eli Roth, um dos grandes parceiros de Quentin Tarantino no cinema, com quem já fez "O Albergue" (2005), "À Prova de Morte" (2007) e "Bastardos Inglórios" (2009), seja como ator ou produtor, está com os olhos voltados para a América do Sul.

Depois de trabalhar como produtor e ator em "Aftershock", filme tragédia sobre um terremoto no Chile, o americano volta à direção em "The Green Inferno" (o inferno verde), história de terror passada na Amazônia que faz sua estreia mundial no próximo Festival de Cinema de Toronto, que começa no dia 5 de agosto.

O longa foi todo rodado na selva peruana, em locações tão remotas que Roth diz nunca ter visto numa produção de cinema. "Fomos mais longe do que Werner Herzog em 'Aguirre, a Cólera dos Deuses'", provocou o diretor, referindo-se à obra protagonizada por Klaus Kinski filmada no Brasil.

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Eli Roth ao lado de Brad Pitt em cena de
Eli Roth ao lado de Brad Pitt em cena de "Bastardos Inglórios"

"The Green Inferno" segue um grupo de ativistas ecológicos que deseja salvar tribos nunca antes contatadas pelo homem branco. Elas estão sendo expulsas de suas regiões por companhias de extração de gás natural com aparelhos especiais para localizar os índios --alguns deles, canibais. "O plano de se amarrar em árvores dá certo, mas, na volta para casa, o avião dos estudantes cai e as mesmas pessoas que foram salvas por eles dizem: 'Ah, comida. Que bom'", explicou o cineasta ao site "IGN".

O filme será parte das comemorações de 25 anos da "Midnight Madness", uma sessão paralela do Festival de Toronto dedicada sempre a filmes de horror --com exibições à meia-noite. A mostra ganhou importância com o aumento do interesse dos compradores internacionais, que veem no terror um lucro certo em seus países. E deve manter a atenção com a produção de Eli Roth, que critica os "ativistas de internet".

"Eu estava pensando sobre ativismo estudantil e o Occupy Wall Street e vendo esses alunos se envolvendo em causas apenas no Twitter", disse Roth. "E eu falei: 'É isso. É sobre isso que vou escrever no meu próximo filme'".


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