Folha de S. Paulo


Nova série da Netflix aposta em nudez e sexo

Desde que começou a produzir séries originais, no início deste ano, a Netflix havia feito apostas seguras: "House of Cards", por exemplo, tinha o carimbo de David Fincher ("A Rede Social") e "Arrested Development" já era consagrada na "velha TV". De "Orange Is the New Black" não se pode dizer o mesmo.

A primeira cena da série, que teve seus 13 episódios lançados simultaneamente no dia 11, dá o tom da temporada, que tem sexo (inclusive gay), nudez, drogas e violência. Na sequência de abertura, a protagonista Piper (Taylor Schilling) aparece nua, tomando banho com sua ex-namorada e depois com seu noivo e, por fim, na prisão.

Análise: 'House of Cards' transforma política em entretenimento viciante

É lá, uma penitenciária de segurança mínima, que Piper, uma mulher de classe média alta que trabalha fazendo sabonetes artesanais, passará a série, sofrendo para se adaptar à nova realidade.

Divulgação
Jason Biggs e Taylor Schilling no primeiro episódio da série 'Orange Is the New Black', da Netflix
Jason Biggs e Taylor Schilling no primeiro episódio da série 'Orange Is the New Black', da Netflix

No primeiro capítulo, baseado em livro autobiográfico homônimo, Piper é presa por ter retirado dez anos antes num aeroporto uma mala com milhares de dólares para sua ex, uma traficante de drogas.

Presa, ela aprende que sua educação pouco vale ali e tem que desenvolver estratégias para lidar com a cozinheira russa que se nega a lhe dar comida e com a mulher conhecida como "Olhos Loucos" que quer ser sua mulher.

Chama a atenção a diversidade do elenco --motivo de críticas a outras séries--, com poucos nomes conhecidos: há transexuais, idosas, latinas, japonesas e negras. Piper, loira, é a exceção, prontamente apelidada de Taylor Swift.

SEM MAQUIAGEM

"Quando fiz o teste para a série, me pediram para não usar maquiagem. Vesti uma camiseta larga, prendi o cabelo e atuei", conta à Folha Danielle Brooks --que vive Taystee, uma das presas.

Para Jason Biggs (de "American Pie"), que interpreta Larry, o noivo de Piper que se compromete a esperá-la do lado de fora, o fato de a série ser produzida para a internet deu mais liberdade à criadora Jenji Kohan (de "Weeds").

"Na televisão há mais restrições. Você grava um episódio e ele tem que estar no ar em quatro semanas, ou menos. Aqui não", diz. "E na TV o episódio tem uma duração determinada. Se Jenji não quisesse cortar uma cena, podia esticar o programa. Isso é um grande luxo." Cada capítulo tem entre 50 minutos e uma hora --duração superior à da maioria de produções de TV.

A próxima temporada começa a ser filmada no fim deste mês. "Mas não temos data de estreia. Essa é uma das vantagens do seriado para a internet", afirma Danielle.


Endereço da página:

Links no texto: