Folha de S. Paulo


James Gandolfini era um gênio como Mozart, diz criador de "Família Soprano"

O ator James Gandolfini, eternizado como o Tony Soprano da série "Família Soprano", foi lembrado por diversos colegas de profissão depois de sua surpreendente morte na quarta-feira (19).

"A causa da morte do ator foi uma parada cardíaca, mas a causa dessa parada ainda é desconhecida", explicou uma fonte médica que ajudou a atendê-lo em Roma, na Itália, cidade onde estava quando morreu.

"James Gandolfini foi um gênio. Qualquer um que o tenha visto na menor de suas performances sabe disso", disse o criador de "Família Soprano", David Chase.

Exibida nos EUA pela HBO, a série chegou a ser transmitida no Brasil pelo SBT. A trama acompanhava a história de Tony Soprano, chefe da máfia de Nova Jersey que se encontra numa crise pessoal entre sua família tradicional e sua "família" do crime, e decide procurar tratamento psiquiátrico. Ela foi ao entre 1999 e 2007.

"Ele é um dos grandes atores do seu ou de qualquer tempo. Uma grande dose de genialidade morava naqueles olhos tristes. Eu me lembro de dizer a ele várias vezes, 'você não entende. Você é como Mozart'. Ele ficava em silêncio do outro lado do telefone", continuou Chase em nota.

Brad Pitt, que trabalhou com Gandolfini em "Amor à Queima-Roupa" (1993), de Tony Scott com roteiro de Quentin Tarantino, além de "A Mexicana" (2001) e "O Homem da Máfia" (2012), também se pronunciou.

"Eu admirava Jimmy como um ator feroz, uma alma gentil e um homem genuinamente engraçado. Eu tenho sorte de ter sentado na mesma mesa que ele e estou destroçado por essa perda."

Edie Falco, atriz que viveu Carmela Soprano, mulher de Tony, se disse "devastada" pela morte de Gandolfini. "Era um homem de tremenda profundidade e sensibilidade, com uma bondade indescritível (...) O amor entre Tony e Carmela foi um dos maiores que já conheci."

Outros atores da série, como Michael Imperioli (que vivia Christopher, sobrinho de Tony) e Jamie Lynn-Sigler (Meadow, filha do mafioso), também expressaram sua tristeza.

Kathryn Bigelow, que dirigiu Gandolfini em "A Hora Mais Escura", filme indicado ao Oscar, afirmou ser "eternamente grata pelo privilégio" de ter trabalhado com o ator.

Até mesmo a banda Journey, cuja música "Don't Stop Believin'" foi usada de maneira memorável na polêmica última cena de "Família Soprano" (que ainda hoje é tema de discussão apaixonada entre os fãs do seriado), lamentou a perda.

"É uma honra ter compartilhado um dos maiores momentos da história da televisão com James Gandolfini."


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