Folha de S. Paulo


Morre o ator James Gandolfini, de "Família Soprano", aos 51 anos

O ator James Gandolfini, imortalizado como o mafioso Tony Soprano na série "Família Soprano", morreu nesta quarta-feira (19), em Roma, na Itália, aos 51 anos.

De acordo com o site "TMZ", Gandolfini provavelmente sofreu um ataque cardíaco, embora a causa da morte ainda não tenha sido oficialmente confirmada.

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Gandolfini estava na Itália para o Festival de Cinema de Taormina, na Sicília, e ele participaria de um evento no festival neste final de semana, ao lado do cineasta italiano Gabriele Muccino.

O ator alcançou o estrelato com o filme "Amor à Queima-Roupa", de 1993, mas se tornou um dos nomes mais conhecidos de Hollywood ao receber o papel de protagonista de "Família Soprano", em 1999.

Criada por David Chase e exibida nos EUA pela HBO, a série chegou a ser transmitida no Brasil pelo SBT. A trama acompanhava a história de Tony Soprano, chefe da máfia de Nova Jersey que se encontra numa crise pessoal entre sua família tradicional e sua "família" do crime, e decide procurar tratamento psiquiátrico. Ela foi ao ar até 2007.

A premiada série é considerada um marco na história da televisão americana. Recentemente, ela foi eleita pelo Sindicato dos Roteiristas Americanos como a série mais bem escrita da TV em todos os tempos.

Gandolfini venceu por três vezes o prêmio Emmy durante as seis temporadas do programa, com seis indicações no total.

Ele também fez participações em filmes como "O Nome do Jogo" (1995), "A Mexicana" (2001) e "A Hora Mais Escura" (2012).

Gandolfini deixa a mulher, Deborah Lin, e uma filha com ela, nascida em outubro de 2012. Além disso, ele também tinha um filho adolescente de seu casamento anterior.

VIDA

Nascido em 18 de setembro de 1961, em Westwood, Nova Jersey, James Gandolfini era filho de uma mãe descendente de italianos de um pai italiano nativo. Eles falavam o idioma da Itália em casa e, por isso, o filho cresceu com fortes ligações com o país.

Gandolfini se formou em Artes na Universidade de Rutgers, onde chegou a trabalhar como segurança em um pub dentro do campus.

Ele começou a atuar depois de se mudar para Nova York, onde acompanhava o amigo, o também ator Roger Bart, em aulas de artes cênicas.

Sua estreia na Broadway foi em 1992, em "Um Bonde Chamado Desejo", montagem que também tinha Alec Baldwin e Jessica Lange. Um ano depois, ganhou notoriedade ao aparecer como um assassino em "Amor à Queima-Roupa", de Tony Scott com roteiro de Quentin Tarantino.

Após ser escolhido em 1999 como o protagonista de "Família Soprano", série considerada como divisor de águas na história da televisão americana por sua alta qualidade, reconhecida por público e crítica, James Gandolfini não mais conseguiria dissociar sua imagem do personagem Tony Soprano, o poderoso chefe da máfia de Nova Jersey.

Com o papel, venceu o Emmy como melhor ator em série dramática nos anos de 2000, 2001 e 2003, além de ter sido indicado ao prêmio em outras três oportunidades (1999, 2004 e 2007).

Venceu também o Globo de Ouro em 1999 e o prêmio dado pelo Sindicato dos Atores por três vezes.

Após o polêmico final da série, que ainda é tema de discussão apaixonada entre os fãs, Gandolfini voltou a se encontrar com o criador de "Família Soprano", David Chase, no filme "Not Fade Away", lançado no último ano.

Também em 2012, apareceu no sucesso "A Hora Mais Escura", de Kathryn Bigelow, filme indicado ao Oscar. Nele, Gandolfini viveu o chefe da CIA (central de inteligência americana), personagem inspirado em Leon Panetta, ex-Secretário da Defesa do presidente americano Barack Obama.

O ator ainda irá ao ar em 2013 nos Estados Unidos com a minissérie da HBO "Criminal Justice", gravada antes de sua morte. Além disso, ele filmou "Animal Rescue", longa que tem data de lançamento prevista para 2014.


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