Folha de S. Paulo


Crítica: Faroeste "Os Imperdoáveis" questiona o próprio gênero

Se "Os Imperdoáveis" (TCM, 22h) permanece o último grande faroeste, não é por falta de sucessores, e sim porque permanece vivo.

E isso acontece porque a força do filme de Clint Eastwood não vem apenas de seu conteúdo explícito: não se trata de saber se os pistoleiros que buscam uma cidade para vingar a moça que teve o rosto retalhado por vaqueiros são bons ou maus, justos ou injustos.

O interesse do filme vem de sua capacidade de colocar em questão o passado do próprio gênero: o real valor das lendas do Oeste, a coragem dos velhos pistoleiros etc.

Há dois olhares que de fato comandam o filme: o do jovem pistoleiro (não por acaso míope) e o do historiador do Oeste (não por acaso uma mistura de tolo e falsário).


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