Folha de S. Paulo


"Ele está procurando mercado", diz Carlos Bratke sobre críticas de arquiteto uruguaio

Ao comentar a declaração do arquiteto uruguaio Rafael Viñoly de que a arquitetura corporativa no Brasil é "muito ruim" --"como se constrói porcaria no Brasil", disse ele, em texto publicado nesta sexta (7) na "Ilustrada" --, o arquiteto Carlos Bratke foi sucinto: "Quem desdenha quer comprar."

Bratke acha que a opinião de Viñoly não representa uma "análise séria". "Aqui existe boa arquitetura e má arquitetura, como em muitos outros lugares do mundo", replica. "Acho que o Viñoly é um grande arquiteto, mas aparentemente ele está dizendo essas coisas porque quer trabalhar no Brasil; muitos arquitetos estrangeiros estão vindo para cá, e ele provavelmente está procurando mercado", completa.

O arquiteto Roberto Loeb, por sua vez, dá razão a Viñoly. "Ele é um arquiteto muito exigente, que teve problemas por causa disse em Buenos Aires, mas fez obras importantes em outros países, nos Estados Unidos, na Europa", argumenta.

Editoria de Arte/Folhapress

"Acho que o nível de exigência do mercado no Brasil, para detalhes, é realmente muito baixo. No Brasil, trabalha-se com projetos básicos e pouco detalhados para que as construtoras possam manipular prazos ou outros aspectos da obra de acordo com seus interesses, o que tem sido muito nocivo para nós", completa.

Para Loeb, existem exceções no mercado, mas a regra é produzir arquitetura "descuidada". "E o comprador, por falta de conhecimento, aceita problemas de insolação, ruído, decadência da fachada", diz. "Não temos o nível de exigência dos americanos e dos europeus."


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