Folha de S. Paulo


Crítica: Fábula serve de gatilho para aventura banal de Shyamalan com Will Smith

O novo filme de M. Night Shyamalan ("O Sexto Sentido") "Depois da Terra" propõe uma mistura de fábula de iniciação com aventura de sobrevivência e conceito de game.

No futuro, a Terra se tornou inabitável e a humanidade colonizou outros planetas. Mas vive sob a ameaça constante das Ursas, monstrões cegos que farejam o medo e exterminam suas vítimas.

Will Smith faz o pai herói imobilizado depois que sua aeronave cai na Terra, agora um planeta inóspito e com uma natureza pré-histórica.

Frank Masi/Efe
Jaden e seu pai, Will Smith, protagonizam
Jaden e seu pai, Will Smith, protagonizam "Depois da Terra"

Jaden Smith, seu filho também na ficção, desempenha o avatar que enfrenta os maiores riscos para salvá-lo.

DECEPÇÃO

A infância desprotegida diante do desconhecido e a representação da natureza como um campo de forças são elementos recorrentes no cinema de Shyamalan e também fonte de boa parte de seu encanto.

Em "Depois da Terra", porém, tais elementos não estão a serviço da fantasia do diretor, apenas servem de gatilho para um filme banal de aventura.

Mesmo o conceito da relação jogador imóvel/mobilidade da ação apenas repete, sem tantos recursos, o que James Cameron explorou com maestria em "Avatar".

Apesar de o filme às vezes parecer engrenar nos momentos de ação e quando se impõe a concepção visual de uma Terra pós-apocalíptica, nem nós, fãs mais insistentes do cinema de Shyamalan, encontraremos motivos para defendê-lo. (CÁSSIO STARLING CARLOS)

DEPOIS DA TERRA
DIREÇÃO M. Night Shyamalan
PRODUÇÃO EUA/2013
ONDE Eldorado Cinemark, Marabá Playarte e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular


Endereço da página: