Folha de S. Paulo


Pela primeira vez em dez anos, prêmio Marcantonio Vilaça não será entregue

Pela primeira vez em sua história de quase dez anos, o prêmio CNI/Sesi Marcantonio Vilaça, um dos mais tradicionais das artes plásticas no país, não lançou um edital para escolher novos vencedores.

Nas edições passadas, um grupo de cinco artistas era premiado, passava um ano produzindo com acompanhamento de um crítico ou curador e depois participava de uma exposição que viajava o país. Na última etapa da mostra, era anunciado um grupo de novos premiados, que recebiam em média R$ 30 mil.

Desta vez, no entanto, o prêmio encerrou a itinerância de sua última edição nesta semana em Belo Horizonte, com obras de Laura Belém, Marcone Moreira, Jonathas de Andrade, André Komatsu e Paulo Nenflídio, sem anunciar novos vencedores. O prêmio é responsável por consolidar a trajetória de artistas de peso na cena nacional, como Renata Lucas e Sara Ramo.

No lugar da premiação do ano que vem, quando ocorreria a quinta edição do prêmio, será realizada uma mostra no Museu Histórico Nacional, no Rio, com obras de artistas vencedores e outros que participaram da seleção das últimas quatro edições.

"Pela primeira vez não vai ter uma premiação. A gente vai fazer um trabalho de resgate de todos os artistas que foram premiados nesses dez anos de prêmio", diz Cláudia Ramalho, coordenadora de cultura do CNI/Sesi, à Folha. "A gente está trabalhando num novo regulamento."

Celso Fioravante, crítico de arte que também atuou como coordenador das últimas edições do Marcantonio Vilaça, disse que haverá uma "nova configuração" da premiação. "Esse prêmio tem muitas idas e vindas, é uma instituição muito grande", disse. "O detalhamento disso vai ser feito até o ano que vem."


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