Folha de S. Paulo


Pavilhão brasileiro na Bienal de Arte de Veneza abre incompleto

"Desculpem. O trabalho de Max Bill irá chegar apenas na segunda-feira por conta de problemas no transporte". A mensagem, originalmente em inglês, estava no pedestal pronto para receber a escultura de Max Bill (1908 - 1994), no pavilhão brasileiro, que teve abertura oficial nesta sexta-feira (31) à tarde. O evento faz parte da 55ª Bienal de Arte de Veneza, na Itália.

"Esse atraso foi decorrência de uma série de infelicidades, não é possível culpar ninguém, apenas pensar que na próxima semana tudo estará resolvido", disse à Folha, em Veneza, Luis Terepins, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, que organiza a presença brasileira na Bienal. Segundo Terepins, o Ministério da Cultura, por meio da Funarte, destinou R$ 500 mil para a mostra.

O curador da seleção brasileira, o venezuelano Luis Pérez-Oramas, não queria que a sala com o pedestal vazio fosse aberta enquanto a escultura de Bill, "Unidade Tripartida", não estivesse instalada.

O pavilhão possui duas salas, uma com obras históricas e algumas peças dos artistas contemporâneos Hélio Fervenza e Odires Mlászho, e outra, apenas com novas obras de ambos. "É como entrar em campo com um jogador a menos", disse, na quarta-feira (29), o curador. Nesta sexta, ele não esteve na abertura durante seu início.

O pavilhão deveria estar pronto desde a última segunda, quando os jurados da Bienal começaram a percorrer os pavilhões. Na terça teve início a visita para imprensa e convidados, como curadores e colecionadores, e, tampouco, o pavilhão estava aberto.

Isso ocorreu porque as obras da seleção brasileira, com exceção de Max Bill, só chegaram ao espaço expositivo na terça pela manhã. Na quarta, o pavilhão estava quase pronto, mas pela Bienal já se espalhara a situação do Brasil. Um grupo de colecionadores ligados à Tate Modern, de Londres, chegou a ser alertado que não deveria visitar o pavilhão brasileiro.

Segundo Emílio Kalil, que coordena a produção do pavilhão nacional, a escultura de Bill está em Milão e um dos motivos do atraso foi a dimensão da embalagem da obra: "Colocaram esse trabalho em uma caixa muito grande e foi difícil embarcar nos voos planejados." A empresa responsável pelo transporte é a Millenium.

A 55ª edição da Bienal de Veneza, intitulada "O Palácio Enciclopédico", será aberta ao público no sábado (1º), quando também serão anunciados os prêmios para melhor artista e melhor pavilhão.


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