Folha de S. Paulo


Terceiro 'Se Beber, Não Case!' troca piada por ação

Dessa vez, não há bebedeira nem casamento. Após dois filmes de estrutura idêntica --um quarteto de amigos se mete em confusões após um porre pré-nupcial--, a franquia "Se Beber, Não Case!" chega à terceira parte com menos piadas e mais ação.

"É um tipo de comédia de ação que eu não via desde os anos 1980, em filmes como '48 Horas' e 'Um Tira da Pesada'", afirma Bradley Cooper, que se tornou o galã da vez após o sucesso dos dois primeiros filmes, que, juntos, faturaram mais de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,1 bilhões).

Ele e os demais protagonistas --Zack Galifianakis, o gordinho barbudo que vive o descontrolado Alan, e Ed Helms, que interpreta o neurótico dentista Stu-- vieram ao Rio para promover o último longa da série, marcado por uma nítida mudança de tom em relação aos demais.

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A partir da esq., Ed Helms, Bradley Cooper e Zach Galifianakis em cena de
A partir da esq., Ed Helms, Bradley Cooper e Zach Galifianakis em cena de "Se Beber, Não Case - Parte 3"

RISCO

"Todd [Phillips, diretor dos três longas] assumiu o risco de fazer um filme mais sombrio, com algumas piadas. É arriscado, mas renovador", afirma Galifianakis, mais magro, menos barbado e muito mais contido do que o personagem que virou sua marca.

"Gosto dele, mas não sou como ele", afirma.

Principal fonte de humor nos três filmes, o personagem de Galifianakis é o foco do novo episódio --após a morte de seu pai, os amigos decidem interná-lo numa clínica para tentar controlar seu comportamento inconsequente.

Na viagem a caminho do tratamento, o "bando de lobos" é interceptado por um gângster (John Goodman) que tem contas a acertar com um velho conhecido do quarteto, o psicótico mr. Chow (Ken Jeong), e usa os amigos para encontrar o oriental.

A partir daí, o filme ganha um tom mais policial e menos cômico, ainda que pontuado ocasionalmente pelo tipo de situação anárquica que fez a fama da série.

"Funcionou como engenharia reversa: olhamos os dois primeiros para criar uma conclusão que fizesse sentido", disse Phillips, o diretor.

"Queríamos que tivesse uma sensação de final, e o Alan era o personagem que ainda precisava de uma cura, digamos. Ele é um peixe fora d'água, então decidimos nos concentrar nele, e aí o ciclo se fechou", afirma.

PIOR ESTREIA

Até agora, o resultado não foi bem recebido nem pela crítica nem pelo público: a terceira parte, a mais cara da série, teve a pior estreia nas bilheterias americanas.

Os atores disseram que a decisão de voltar aos papéis, depois de o segundo filme ter tido a maior bilheteria da série (ainda que com críticas piores do que o primeiro), colocou-os sob "um tipo de pressão diferente".

"Ao fazer esse terceiro filme, nós temos noção de que há uma base de fãs e uma responsabilidade de manter um frescor para que as pessoas apreciem", diz Cooper.

"Mas é um presente maravilhoso saber que, quando o filme estreia, já tem gente querendo vê-lo. Isso não acontece quase nunca nesse negócio."

SE BEBER, NÃO CASE! PARTE 3
DIREÇÃO Todd Phillips
PRODUÇÃO EUA, 2013
ONDE Eldorado Cinemark e outros
CLASSIFICAÇÃO 14 anos


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