Folha de S. Paulo


Voz em ascensão no jazz, Gregory Porter canta em SP nesta terça

Voz em ascensão no cenário internacional do jazz, o californiano Gregory Porter, 41, faz apresentação única na Sala São Paulo, dentro da série de concertos internacionais da Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer).

"Como é minha primeira vez no Brasil, vou fazer um show focado em 'Water' e 'Be Good', meus dois primeiros discos", disse Porter, por telefone, à Folha, de Amsterdã, onde se apresentava com a Orquestra de Jazz do Concertgebouw.

Ao ouvi-lo cantar, é impossível não fazer associações à "soul music" da década de 1970. "Sou um cantor de jazz informado pelo blues, gospel e soul", define-se.

Nascido em Los Angeles, e fã, na infância, de Nat King Cole, o cantor se apresentava em casas noturnas até seu talento ser descoberto pelo flautista Hubert Laws, que o incluiu no álbum "Hubert Laws Remembers the Unforgettable Nat King Cole".

Divulgação
O cantor Gregory Porter, 41
O cantor Gregory Porter, 41

Irmã do flautista, Eloise Laws ouviu-o nas gravações e ajudou-o a entrar no elenco do musical "It Ain't Nothing But the Blues", cuja temporada na Broadway, em 1999/2000, projetou Porter.

"A experiência na Broadway ajuda a minha postura no palco, nos shows, em termos de comunicação com o público", conta. "Um cantor de jazz entrega a mensagem da canção; trata-se de um exercício de atuação".

Ele acabou por se radicar em Nova York, onde vive há nove anos. "Em Los Angeles, todo mundo dirige carros, há mais espaço, mais liberdade. Já em Nova York, está todo mundo mais perto, dentro do metrô", compara.

Porter considera que esse contato próximo com as pessoas influenciou sua música positivamente: "Você ouve a conversa das pessoas, a voz do cotidiano, e isso é bom para qualquer autor de canções", afirma.

Tanto no disco de estreia, "Water" (2010), quanto em "Be Good" (2012), o cerne do repertório são músicas de sua própria autoria. Em São Paulo, acompanhado por Chip Crawford (piano), Aaron James (contrabaixo), Emanuel Harrold (bateria), e Yosuke Sato (saxofone alto), ele deve incluir também alguns "standards", escolhidos por afinidade pessoal. "Uma canção como 'I Fall in Love Too Easily' (eu me apaixono fácil demais), por exemplo, é a minha personalidade", diz.

Enquanto seus dois primeiros CDs foram lançados pela Motéma Music, o próximo, a sair em setembro, será do selo Blue Note, com o título "Liquid Spirit" (espírito líquido). "O tema da água está presente em todos meus discos. Agora, faço uma abordagem mais orgânica de temas presentes em meus álbuns anteriores, como o amor, a política e a música", conta.

GREGORY PORTER
QUANDO terça (21), 21h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16, tel. 2344-1051)
QUANTO R$ 80 a R$ 200


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