Folha de S. Paulo


Bar secreto no largo do Paissandu vira oásis da Virada Cultural

Enquanto uma multidão toma conta do vale do Anhangabaú lá embaixo, um bar secreto na cobertura de um prédio nos arredores do largo do Paissandu virou uma espécie de oásis da Virada Cultural.

Esse lugar discreto, só uma portinha encardida que dá para um prédio que há anos foi alugado por uma distribuidora de discos, é todo decorado com móveis de fórmica e mesas de pé palito, num retorno poderoso aos anos 1950.

É ali que um grupo de arquitetos, artistas e ativistas urbanos se reuniu nas primeiras horas da Virada Cultural neste sábado (18) para lançar o projeto ConjuntoVazio.org, que vai lançar luz --de modo literal-- sobre os prédios vazios, abandonados ou esquecidos no centro de São Paulo.

Liderados por Baixo Ribeiro, o galerista por trás da Choque Cultural, os artistas do time vão projetar um símbolo luminoso na fachada de prédios icônicos --e mesmo assim vazios-- no centro paulistano. Também já colaram cartazes na fachada de prédios como o Sampaio Moreira, o primeiro arranha-céu da cidade, na rua Líbero Badaró.

"O que espanta no centro de São Paulo é a quantidade desses prédios vazios", diz Ribeiro, na apresentação do projeto no bar da rua Capitão Salomão. "Unimos um grupo para mapear esses lugares vazios com potência cultural. A melhor forma de fazer isso é trazer para cá artistas, arquitetos, boêmios, para transformar esse centro."

Mas enquanto a transformação não acontece, embriões como o barzinho secreto com vista para a muvuca da Virada Cultural vão mudando as poucos a cara do centro degradado.


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