Folha de S. Paulo


Nova temporada de "Mad Men" estreia com foco na ascensão das mulheres

O publicitário Don Draper (Jon Hamm) nunca foi de falar muito. Nos dez primeiros minutos da nova temporada de "Mad Men", que estreia segunda-feira (22) na HBO, ele deixa as palavras a cargo de sua mulher, Megan (Jessica Paré).

Guerra e ansiedade afligem personagens de "Mad Men"

Não deixa de ser sintomático. Ao passo que Draper continua com suas crises existenciais, agora as mulheres ganham mais espaço e embarcam nas jornadas mais interessantes do enredo, que surge colado a fatos históricos como a Guerra do Vietnã e o prenúncio de movimentos de contracultura.

São elas que agora protagonizam várias trajetórias de ascensão profissional repletas de dilemas --carreira versus vida doméstica-- e desafios --chefiar equipes repletas de homens.

A sexta e penúltima temporada de "Mad Men", que mostra os bastidores de uma agência de publicidade em Nova York e é considerada uma das melhores séries da história, começa na virada de 1967 para 1968.

Para acalmar os nervos, Draper bebe e fuma sem parar, como sempre, enquanto sua mulher persegue a carreira de atriz, tentando equacioná-la com a vida de dona de casa perfeita.

"Megan é uma das primeiras daquela geração de mulheres que pensou que poderia ter tudo: profissão e vida doméstica", explica Paré.

Já Peggy Olsen (Elisabeth Moss), que foi de secretária a chefe de equipe numa agência de publicidade rival, tem de aprender a lidar com os seus subordinados --tipos que, poucas temporadas atrás, lhe davam ordens.

E há também Joan Harris (Christina Hendricks), mãe divorciada que vira sócia da firma de Draper como prêmio por ter dormido com um cliente, num dos episódios mais polêmicos da série. Agora ela é um dos "mad men", e só Matthew Weiner, criador do seriado, sabe o seu futuro.

"Estou cercado de mulheres poderosas, o caso da Joan causou um terremoto de emoções, raiva e sorrisos nervosos", conta Weiner, que completa, rindo: "Como eu sempre disse, faria sexo para subir na vida. É uma pena que ninguém nunca tenha me proposto isso."


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