Folha de S. Paulo


Atmosfera noturna domina desfiles na edição de verão da SPFW

O Verão 2013/2014 da São Paulo Fashion Week fugiu do sol e terminou na sombra. Seguindo as tendências internacionais, os designers apostaram numa certa atmosfera noturna em suas coleções, e a temporada consagrou o retorno do preto e branco.

Vindas do inverno, as listras tomaram conta dos desfiles. Horizontais, verticais, diagonais, e, novidade, quase transparentes.

Também direto do repertório do frio, a maioria das coleções apresentou peças feitas de couro- embora em versão mais leve.

A alfaiataria foi a campeã de apostas. Blazers, shorts, saias longuetes e vestidos estruturados estarão nos guarda-roupas das consumidoras, com certeza.

As peças seguem certo ar comportado, mas inovaram nos recortes e nas texturas variadas e misturadas.

A cor, quando aparece, vem diluída ou metalizada. Os brilhos também estão em alta, tanto para a noite quanto para o dia.

Deve ser para compensar a ausência de roupas mais "solares", que foram exceção na temporada. Alguns poucos desfiles realmente se destacaram do grupo de apresentações. A média foi mediana!

DESTAQUES DA SPFW

As belas coleções de Alexandre Herchcovitch, João Pimenta e Osklen estão no grupo de destaques.

Os três nomes conseguiram fazer desfiles que conversaram direto com o consumidor sem perder a força da imagem.

Entre as grifes que investem numa ideia de luxo acessível a um público mais amplo, Triton e Animale mostraram as melhores e mais inventivas coleções.

CONTROVÉRSIA

A polêmica da temporada ficou por conta do bombril no cabelo das modelos de Ronaldo Fraga.

Ao contrário do que se comentou nas redes sociais, o desfile foi apresentado não como homenagem aos negros, mas como alegoria do preconceito no futebol.

E a coleção desenvolveu esse tema de forma esteticamente pertinente. Alguns desfiles contam histórias, e algumas histórias, embora rendam roupas bonitas, são extremamente feias. A do preconceito é uma delas.

Em tempos bicudos, os estilistas fogem de temas polêmicos. Mas a moda é sempre mais forte quando olha para a vida. E o mundo vive uma onda bizarra de preconceito e histeria. Feia e cortante, feito palha de aço.


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