Folha de S. Paulo


Fenômeno 'Harlem Shake' alcança mundo fora da web

Começou como uma brincadeira e virou coisa séria. O novo fenômeno da internet, em que pessoas dançam passos descoordenados ao som da música "Harlem Shake", ultrapassou as barreiras do YouTube e já é questão de Estado em alguns países.

"Harlem Shake" já causou problemas no mundo; conheça as vítimas

Na Tunísia, o Ministério da Educação investiga uma versão da dancinha que faz gozação com islamitas. No Egito, quatro estudantes foram presos por violarem uma lei de decência ao dançar a música de cueca. A agência de aviação dos EUA investiga se uma versão feita num voo comercial pode ter causado riscos.

Editoria de Arte/Folhapress

Antes de todos os problemas, no começo de fevereiro, cinco adolescentes da Austrália pegaram 30 segundos de uma música de 2012 e fizeram uma dança nonsense --nascia um meme, viral que se espalha sem freio pela rede.

"É inacreditável ter essa música reconhecida em todo o mundo", disse o DJ Baauer, autor da faixa, à revista "Billboard", na qual "Harlem Shake" lidera a lista de mais tocadas há duas semanas.

É a primeira vez na história que um artista desconhecido chega ao topo da lista, já que também é a primeira vez que a publicação passa a contabilizar audições on-line.

A canção mistura vocais de rap a batidas eletrônicas. Abre com a frase "con los terroristas" antes de mandar as pessoas "fazerem o balanço do Harlem".

Já são mais de 300 mil paródias no YouTube, que, somadas, contam mais de 700 milhões de visualizações. Seria o sucessor de "Gangnam Style", do sul-coreano Psy, vídeo mais visto da história?

"Não tem o mesmo número de 'views', mas o engajamento é muito maior, cada um quer sua versão", analisa Bia Granja, curadora e editora do youPIX, empresa focada em cultura de internet.

Replicar e apropriar-se são dois conceitos importantes para explicar o fenômeno, segundo Giselle Beiguelman, midiartista e professora da USP. "Caiu o conceito de originalidade, não importa quem é o autor", diz. "Mais importante é entrar nesse 'enxame' que é a internet."

"É por diversão, para fazer algo totalmente sem noção", justifica Gabriel Tenório para sua versão de "Harlem Shake" na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, organizada em uma semana pelo Facebook e que reuniu 500 pessoas.

Cerca de 4.000 novas versões surgem todos os dias, indicando que o meme ainda tem uma vida longa. É provável que, neste momento, alguém perto de você esteja dançando ao som de "Harlem Shake".

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VEJA AS MELHORES VERSÕES DO 'HARLEM SHAKE'

Exército norueguês

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Time de mergulho da Universidade da Geórgia

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Turma do Charlie Brown

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Paraquedistas

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