Folha de S. Paulo


Hélio Oiticica é lembrado em vários eventos

Apelidado pela revista "Rolling Stone" de "Andy Warhol brasileiro", Hélio Oiticica (1937""1980) é uma das atrações da Berlinale.

O artista plástico é o personagem principal do documentário "Hélio Oiticica", dirigido por seu sobrinho, César, que passa hoje no evento na mostra Fórum.

A instalação "Cosmococa", série que completa 40 anos em 2013, será aberta ao público alemão na piscina do Liquidrom, com projeções de Neville D'Almeida, cocriador do projeto com Hélio Oiticica, que cuida pessoalmente da obra. A peça junta-se a outra "Cosmococa" em exposição na Hamburger Bahnhof.

Os visitantes serão convidados a mergulhar na piscina, onde serão bombardeados por imagens de D'Almeida, como cenas de seu filme "Mangue Bangue" (1971).

Antes, em outra parte da cidade, vários filmes em Super 8 criados por Oiticica serão exibidos.

1978/Folhapress
O artista plástico Hélio Oiticica durante entrevista, em foto de 1978
O artista plástico Hélio Oiticica durante entrevista, em foto de 1978

Boa parte dessas imagens é a espinha dorsal do documentário de César, exibido pela primeira vez no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo, no ano passado.

"Não é uma homenagem do festival a Hélio, vamos deixar claro", afirma o diretor. "Do contrário, teríamos imagens dele nos panfletos e nos pôsteres. Eu é que fui atrás para trazer tudo isso para cá."

O sobrinho acredita que apenas agora, com a ascensão da projeção em multiplataformas, o talento de Oiticica poderá ser compreendido em seu potencial máximo.

"Há 40 anos, Hélio fazia filmes, livros e instalações que se complementavam. Isso só foi virar moda hoje", conta o cineasta, que pretende lançar o filme no Brasil em 2013.

"Tenho propostas para distribuir meu filme em diversos países. E, no Brasil, onde Oiticica nasceu, não sei como vou lançar, porque ninguém comprou os direitos de distribuição", reclama. (RS)


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