Folha de S. Paulo


Museu dedicado a Nabokov, autor de "Lolita", é atacado por "promover pedofilia"

O Museu Nabokov, em São Pertersburgo, na Rússia, teve uma de suas paredes pichada com a palavra "pedófilo" na terça (29), segundo a agência de notícias russa RIA Novosti.

Em 20 dias, foi o segundo ataque contra a instituição promovido pelo grupo ultraconservador Cossacos de São Petersburgo, que já havia quebrado uma janela em 9 de janeiro e enviou cartas ao museu acusando o escritor Vladimir Nabokov (1899-1977) de "promover a pedofilia" e atrair a "fúria de Deus" por ter escrito "Lolita" (1955). O livro conta a história de um professor, Humbert Humbert, que se apaixona pela enteada de 12 anos de idade.

Patrimônio Vladimir Nabokov/Reprodução
O escritor Vladimir Nabokov
O escritor Vladimir Nabokov

O museu fica na casa do início do século 19 onde Nabokov nasceu e viveu até 1917, quando se exilou com a família, após a Revolução de Outubro. Nos anos 1940, após viver na Inglaterra e na França, o escritor se mudou para os EUA. A construção foi descrita por Nabokov em alguns de seus livros e após décadas continuava a ser, para ele, "a única casa no mundo".

O grupo que atacou o museu também tem agido contra outros artistas e instituições na Rússias. Recentemente, o organizador de uma performance baseada em "Lolita" foi espancado após ter recebido ameaças.

Divulgação
Fachada do Museu Nabokov, em São Petersburgo, atacado por vândalos
Fachada do Museu Nabokov, em São Petersburgo, atacado por vândalos

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