Folha de S. Paulo


Fã de Metallica e System of a Down, menina baterista de 6 anos faz sucesso

Tun tun ta, tun tun ta, tun tun tun. É assim, sempre batucando, que vive Eduarda Henklein, 6, moradora de Joinville (SC). Fã de Metallica, AC/DC, Guns N´ Roses, Rush e System of a Down, entre outros "rocks pesados", ela toca bateria desde os quatro anos, imitando suas bandas favoritas.

"Eu sou a baterista mais nova do Brasil", diz orgulhosa Duda, como é chamada, em referência ao título que ganhou no final do ano passado do "Rank Brasil", site que cataloga recordes brasileiros.

A menina tem um canal no YouTube e uma página no Facebook que mostram suas habilidades –o mais popular é o que a menina toca "Toxicity", da banda System of a Down (veja abaixo), com mais de 1,6 milhões de visualizações.

O começo foi aos dois anos, com uma bateria de brinquedo que ganhou de seus pais. A empolgação, no entanto, durou pouco tempo, e o instrumento em miniatura logo foi esquecido. Dois anos depois a menina recuperou a bateria, para a surpresa dos pais. "Toquei tanto que quebrei todas as peças. Foi o melhor presente que já ganhei", conta.

Vendo a animação da filha, os pais deram uma bateria de verdade. Teve que ser um modelo de jazz, que é um pouco menor. Ainda assim, algumas adaptações foram necessárias nas caixas, bancos, tons, bumbos e pedais –as peças que, juntas, compõem uma bateria– para se adequar ao tamanho de Eduarda. "Naquele momento eu virei uma baterista", conta.

Engana-se quem pensa que o pai ou a mãe tocam bateria. A mãe canta, o pai é tecladista, mas nenhum deles teve contato com o instrumento.

Para aprender mais músicas, a solução foi matricular-se em uma aula. Aos quatro anos, não foi fácil encontrar uma escola que a aceitasse, mas as barreiras diminuíram quando ela mostrou que sabia ler partituras, algo bastante atípico para uma menina de quatro anos.

Atualmente, faz aula uma vez por semana. Está aprendendo até a tocar bossa nova. Considera mais difícil na rotina de uma baterista lembrar todos os movimentos com braço e perna. "Treinar é a única maneira de parar de errar. E eu quero ser ainda melhor", diz ela, que ensaia em casa todos os dias e garante que os pais não se incomodam com a barulheira.

Apesar de já ter sido elogiada pelo baterista Nicko McBrain, da banda Iron Maiden, que viu um de seus vídeos e escreveu parabenizando-a, ela gosta mais do baterista Neil Peart, do Rush. "Ele é muito rápido".

FAMOSA

A agenda de Eduarda é bastante concorrida. Na semana passada, por exemplo, esteve mostrando seu talento na inauguração do novo mirante de Joinville, que coincidia com as comemorações de 165 anos da cidade. Apresentações em Curitiba, Rio de Janeiro e mesmo na Itália já constam no currículo.

Ela já acostumou-se com a televisão. Foi na TV que aconteceu um dos episódios mais engraçados. No "Domingão do Faustão" teve que "invadir" o programa para recuperar uma baqueta esquecida no palco –aliás, em alguns shows ela teve que se desapegar da baqueta para jogar para a plateia, como é costume entre os bateristas.

Assista a Eduarda Henklein tocando "Toxicity", do System of a Down.

Eduarda Henklein toca bateria


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