Folha de S. Paulo


Após 12 anos de guerra em Darfur, na África, crianças falam sobre o futuro

O conflito em Darfur, no oeste do Sudão, já dura 12 anos. E não parece ter perspectivas de acabar tão cedo.

Apesar disso, as crianças da região, nascidas no início do conflito e que passaram a vida inteira em campos de refugiados, permanecem otimistas e possuem grandes sonhos.

É o que mostra um ensaio fotográfico que pergunta a crianças de 12 anos o que elas querem ser quando estiverem mais velhas.

É o caso de Khadieja Omer Mohamed, estudante do quarto ano, no campo de refugiados em Nyala, no sul de Darfur. Ele sonha em ser médico.

Manasik Yousif Abdo-Rahman, com seu véu rosa, nasceu no campo de Alsalam, em El-Fasher, no norte de Darfur. Seu sonho é se tornar engenheira elétrica um dia.

Já Abeer Abdallah Yonis, que posou na frente de um portão frágil e uma parede cheia de barro, em El-Fasher, pretende passar a vida como professora.

O conflito em Darfur começou em 2003, quando tribos não árabes pegaram em armas contra o governo árabe em Cartum, acusando-o de discriminação.

O massacre do início do conflito diminuiu, mas o movimento de insurgência continua, com o ataque de Cartum a grupos rebeldes, levando muitos a viverem no limbo e em condições degradantes.

Quase 500 mil pessoas foram desalojadas no ano passado, o maior índice anual desde 2004, de acordo com dados da ONU -o total já chega a 2,5 milhões. Ainda segundo a organização internacional, 4,4 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária em Darfur.

Mas, para as crianças de 12 anos, o foco mesmo está em um futuro melhor. Mohamed Ali Ishag mostrou um sorriso cativante para o fotógrafo. No futuro, ele diz, quer ser um engenheiro aeronáutico.


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