Folha de S. Paulo


EUA proíbem crianças de cabecear bolas em partidas e treinos de futebol

Scott Dalton - 6.jul.2001/Associated Press
Estudantes praticam cabeçadas durante treino de futebol em Bogotá, na Colômbia
Estudantes praticam cabeçadas durante treino de futebol em Bogotá, na Colômbia

Se você tivesse menos de dez anos de idade e jogasse em algum clube de futebol nos Estados Unidos, estaria proibido de dar cabeçadas. Parece estranho, não é?

Na última semana, a Federação de Futebol dos Estados Unidos (US Soccer) lançou um comunicado dizendo que esse tipo de jogada não pode mais ser praticado em treinos e partidas –para crianças que têm entre 11 e 13 anos, o número de cabeçadas será limitado.

A organização tomou essa decisão para evitar traumas cerebrais provocados pelas pancadas. Isso depois que um grupo de pais e jogadores registrou uma queixa na justiça da Califórnia, em 2014, contra a federação americana e a Fifa.

Para eles, o que estava sendo feito para evitar as chamadas concussões cerebrais –uma lesão que afeta todas as zonas do cérebro e altera temporariamente funções como a memória, a concentração e o equilíbrio– não era suficiente.

Esse é um problema bastante discutido nos EUA em modalidades como futebol americano e boxe.

A federação americana se comprometeu também a realizar um programa de conscientização para treinadores, jovens, árbitros e dirigentes das equipes sobre o problema.

"Estamos felizes por termos conseguido contribuir para a melhora da segurança de todas as crianças que jogam futebol no país", disse Steve Berman, advogado do grupo de pais. Como um juiz anulou a queixa contra a Fifa, órgão que dirige o futebol mundial, as novas regras valem apenas em solo americano.

Elas devem ser rigorosamente cumpridas pelos times nacionais juvenis e seleções de jogadores jovens na Major League Soccer (MLS) –a principal liga de futebol dos EUA. Mas, para equipes e associações que estão fora do controle da federação, são apenas recomendações.

Um estudo recente realizado por cientistas na cidade de Denver analisou as concussões cerebrais sofridas no futebol em escolas secundárias dos Estados Unidos entre 2005 e 2014.

A pesquisa concluiu que a medida deve reduzir os casos desse tipo de lesão, causados principalmente por choques de cabeça ou quedas no gramado.


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