Folha de S. Paulo


No mês do goleiro, garotos contam por que treinam para jogar no gol

Antes de decidir ser goleiro, Tiago Molan, 12, testou várias posições. "No gol acho que fui bem melhor", conta o garoto.

Assim como ele, Bruno Henriques, 12, também tem mais talento com a bola nas mãos do que nos pés. "Sou péssimo na linha", diz.

Com o tempo, pegou gosto pela função, homenageada em 26 de abril, no Dia do Goleiro.

Bruno encontrou um motivo nobre para continuar defendendo chutes e cabeçadas por aí. "Quero ser goleiro porque ele é o salvador, é a barreira do time."

Guilherme Kawabe, 13, faz parte desse mesmo "clube". O desempenho ruim na linha o levou para debaixo do travessão. "O jogador precisa de muita técnica no pé. E eu sou melhor com a mão", justifica.

CLUBINHO

Os três são alunos da Fechando o Gol - Academia de Goleiros, criada em 2008 pelo ex-goleiro Zetti para ensinar crianças e adultos a jogarem nessa posição.

"A ideia não é passar para os alunos que eles vão ser profissionais. É importante a gente auxiliar na disciplina, estimular as crianças a conviverem em grupo", afirma o ex-atleta, que é ídolo do São Paulo e foi campeão do mundo com a seleção brasileira em 1994.

Marciana Barros/Folhapress
Dicas do ex-goleiro Zetti para ser um bom goleiro.

Engana-se, porém, quem pensa que a vida no gol é mais fácil. Os treinos são duros, é preciso repetir os mesmos movimentos inúmeras vezes. Tem que ter agilidade, bons reflexos, concentração, flexibilidade, explosão, entre outras características.

"É uma profissão especial. Exige muita responsabilidade, muito trabalho, mas é algo compensador", opina Velloso, goleiro titular do Palmeiras na década de 1990 (leia entrevista com Rogério Ceni).
Garota de 11 anos escreve sobre Hitler e 'O Menino da Lista de Schindler'
Embora saiba das dificuldades que encontrará pela frente, Gustavo Knoll, 10, quer ser profissional. "É uma coisa diferente. Você pode ser o herói do jogo em uma bola", explica.

A parte chata, na visão do garoto, é levar frango –expressão usada no futebol quando o goleiro não consegue realizar uma defesa considerada fácil. "Uma vez, minha mão virou para trás e a bola entrou. Me senti muito mal."

Mas Felipe Chiste, 11, já sabe que isso faz parte da vida de qualquer defensor. "Tem que tomar frango, senão você não aprende."


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