Folha de S. Paulo


Crianças com deficiência passam final de semana em acampamento de SP

Na manhã da segunda-feira (12), os sorrisos estavam estampados nos rostos dos meninos José, Walter, Raul e Matheus, que se encontraram no jardim da sede da AACD, na Vila Clementino, em São Paulo, para conversar com a "Folhinha".

Os quatro garotos passaram o último final de semana na Fundação Acampamento Paiol Grande, que fica em São Paulo, na cidade de São Bento do Sapucaí (a 173 km da capital).

"Lá tem muita coisa divertida para fazer. Os orientadores eram muito legais, e nós brincamos na piscina, jogamos futebol e andamos de caiaque. Fiz quase tudo o que tinha lá", disse José dos Santos, 11, que tem paralisia cerebral o que afeta a sua coordenação motora.

Adriana dos Santos, 35, mãe de José e que acompanhou o menino ao acampamento, diz que ficou surpreendida com a reação de seu filho durante as atividades. "Lá ele se soltou e queria participar de tudo. Até futebol ele jogou", contou.

Já Walter Ferreira, 12, que tem mielomeningocele, doença que afeta as funções motoras do garoto, falou que esteve no acampamento pela terceira vez. Ele disse que fica ansioso quando chega a época do passeio. "Quando fico sabendo que vai ter o acampamento, fico muito feliz, porque sei que vou poder fazer todas as atividades que tem por lá. O que mais gostei dessa vez foi nadar na piscina. Até apostei corrida de natação."

Fundado há 68 anos, o acampamento Paiol Grande é um local que oferece a crianças e adolescentes temporadas pagas durante as férias, com atividades recreativas como natação, escalada, pescaria e caiaque. Este foi o terceiro ano que o espaço recebeu gratuitamente crianças da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), que faz 7.000 atendimentos por dia a pessoas deficientes. Desta vez, 36 crianças, cada uma delas acompanhada por um responsável, passaram três dias no lugar.

"Buscamos parcerias com instituições como AACD e escolas de bairros carentes para proporcionar essa experiências às crianças", disse Sergio Milred, presidente do conselho da Fundação Paiol Grande.

"A gente acordava bem cedo, tomava café da manhã e já ia brincar. Foi a primeira vez que fui. Só não quis andar a cavalo porque tenho medo, mas lá tem uns cavalos bonzinhos. Quem sabe no ano que vem eu ando", disse Raul Souza, 9, que também tem mielomeningocele.

Com paralisia cerebral, Matheus Paiva, 11, ficou emocionado no final de semana. "Na última noite, ficamos em volta da fogueira que os monitores fizeram. Foi muito legal porque eles falaram muitas coisas bonitas e emocionantes, cantaram e contaram histórias. Quase todo mundo chorou, ninguém queria ir embora."

Perguntado do que mais gostou dos dias que passou no acampamento, Matheus fala sem titubear, tirando um sorriso dos lábios de sua mãe, Andrea da Silva, 31.

"Estava um sol bem quente, então eu fiquei na piscina muito tempo", contou.


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