Folha de S. Paulo


Em campeonato de esgrima, garoto recebe ponto injustamente e avisa juiz

Guilherme Murray tem 12 anos e treina esgrima desde 2010. Foi no mês passado, no entanto, que seu nome ficou conhecido.

No Campeonato Panamericano de Esgrima, em Aruba, o árbitro marcou um ponto decisivo para Guilherme, classificando-o para a próxima fase. Mas o juiz havia se confundido, e o menino avisou que não havia tocado no adversário, do Peru. O ponto foi revertido para o oponente, e Guilherme saiu do campeonato.

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No país do futebol, em que é comum jogadores tentarem burlar as regras e enganar o juiz, a atitude virou notícia: foi publicada no blog do jornalista Juca Kfouri, colunista da Folha, e Guilherme passou a receber convites para dar entrevistas. Ele estranhou tanto interesse: "Foi normal [o que eu fiz], qualquer um faria isso", diz.

Segundo o garoto, "acontece toda hora" de o esgrimista avisar o juiz de um erro, mesmo que perca ponto com isso. "Acho que isso acontece porque um ponto não é tão difícil de ser feito, não é como no futebol, que as pessoas demoram até 90 minutos para fazer um gol", acredita.

Em 6º lugar no ranking nacional, na categoria infantil com o florete (veja as modalidades abaixo), o garoto foi campeão brasileiro e sul-americano e treina no Club Athletico Paulistano. Já havia experimentado futebol e tênis. "Mas era muito novo e bem ruim. Como entrei mais velho na esgrima, levei mais a sério", diz.

Em outubro, participará do Campeonato Brasileiro Infantil de Esgrima. Seu maior sonho é ir para uma Olimpíada. "Qualquer um que compete quer isso."

COLABOROU GABRIELA VALDANHA

Editoria de Arte/Folhapress

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