Folha de S. Paulo


Em teu seio ou entre a ceia? Veja confusões na hora de cantar o hino

Nesta Copa, mais do que o tema oficial cantado na abertura e aquela da "taça na raça" da Globo, a música que realmente está fazendo sucesso é o hino nacional brasileiro.

Nos estádios lotados, torcedores do Brasil nem ligam quando o trecho tocado nos alto-falantes pela Fifa (organizadora da Copa) termina. Seguem cantando a primeira parte do hino a capela (sem o acompanhamento de instrumentos musicais).

"É bom que o estádio continue cantando. Serve de incentivo aos jogadores", diz Júlia Oliveira, 11, que entoou o hino no estádio Mané Garrincha, em Brasília, na última segunda (23), quando o Brasil venceu Camarões por 4 a 1.

As cenas do forte coro, que acontecem em jogos do Brasil desde a final da Copa das Confederações, no ano passado, têm feito adultos e crianças chorarem de emoção.

"É muito emocionante, arrepia", afirma Júlia.

Também para adultos e crianças nem sempre é fácil se lembrar da letra sem a ajuda da gravação.

"A música parou de tocar antes do fim, mas todo mundo continuou cantando. Eu sei a letra, mas sem música é mais difícil", diz Yasmin Oliveira, 9, que também estava no último jogo da seleção brasileira.

Mais do que se lembrar da letra, o complicado mesmo é entendê-la. Ela foi escrita há mais de cem anos, em 1909, por Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927), a partir da música instrumental composta por Francisco Manuel da Silva (1795-1865). Traz expressões da época, hoje não mais usadas. O que é lábaro? E impávido colosso?

Nesta edição, a "Folhinha" traz uma versão explicada do hino, que usa como referência o livro "Ouviram do Ipiranga" (Panda Boooks; R$ 28,90), do jornalista Marcelo Duarte.

"Meu filho tinha sete anos na Copa de 1998 e queria entender o hino, assim tive a ideia do livro", conta Duarte.

Neste sábado (28), então, quando o Brasil entrar em campo em partida decisiva contra o Chile, você pode cantar o hino agarrado ao lábaro estrelado. E tomara que possa dar muitos brados retumbandes de gol para o florão da América!

Editoria de Arte/Folhapress

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