Folha de S. Paulo


De Ziraldo a Maria Joaquina: veja o que personalidades falaram sobre a 'Folhinha'

Com 50 anos de história, a "Folhinha" fez parte da infância de muita gente.

Confira abaixo o que o Ziraldo, Maria Joaquina, Aloizio Mercadante (ministro da Educação) e outros leitores célebres do caderno falaram sobre o aniversário de meio século do caderno.

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Leticia Moreira/Folhapress
O escritor Ziraldo, 80.
O escritor Ziraldo, 80.

ZIRALDO

"No meu tempo de criança todos os grandes jornais do Brasil tinham cadernos infantis muito bonitos e coloridos. Os gibis nasceram nesses cadernos. E eles não tinham anúncios, nunca tinham. Sua missão era agradar os filhos de seus leitores para garanti-los como leitores, no futuro. Muitos artistas e ilustradores do meu tempo foram estimulados por esses suplementos.

Aliás, o primeiro desenho que eu publiquei na minha vida foi em um jornal chamado 'Folha de Minas', que meu pai assinava. Eu tinha seis anos. Gostaria imensamente que a 'Folhinha' fosse maior, tivesse mais atrações, fosse um suplemento esperado pelas famílias todos os domingos, como no meu tempo.

Os jornais brasileiros dormem com o inimigo: têm imensos suplementos sobre informática - que afasta as pessoas da leitura - e se esquecem de conquistar leitores para o futuro. Não entendo! Jornal só se vende para quem sabe ler, ou melhor, para quem gosta de ler, não é, não?!

Para mim, o suplemento infantil devia ser o maior caderno do jornal. Seria maravilhoso para os sábados de chuva. Nesta semana mais um grande jornal brasileiro encerra a publicação de seu caderno infantil. Uma pena! Viva a 'Folhinha' que, pelo menos, não entrega os pontos."

Ziraldo, 80, escritor e ilustrador, criador do Menino Maluquinho.

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CAO HAMBURGER

"Produtos e espaços de qualidade para crianças são raros na mídia brasileira. Iniciativas com a 'Folhinha' iluminam a escuridão. E por 50 anos!

Um verdadeiro milagre em se tratando de Brasil. O que chama a atenção é a seriedade e comprometimento com que o caderno é tratado por seus editores, ilustradores, repórteres e colaboradores. Sempre tratando a criança como um ser inteligente. Parabéns à 'Folhinha' e parabéns à 'Folhona', por manter esse espaço por tanto tempo."

Cao Hamburger, 51, cineasta, dirigiu o programa de TV "Castelo Rá-Tim-Bum".

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Divulgação
Adriana Calcanhotto canta para crianças com o nome artístico Adriana Partimpim.
Adriana Calcanhotto canta para crianças com o nome artístico Adriana Partimpim.

ADRIANA PARTIMPIM

"Gosto de ler a 'Folhinha' porque sempre aprendo alguma coisa legal. Às vezes mais de uma. Aprendo uma porção de coisas, na verdade. Gosto muito da 'Folhinha' por tratar seus leitores como leitores, e não como 'crianças'. Isso faz toda a diferença.

A 'Folhinha' trata de muitos assuntos diferentes. É dinâmica, interativa, bonita e vem acompanhando há 50 anos as crianças, formando leitores, escritores, jornalistas, artistas, astronautas, cientistas, bailarinas, professores e muito mais. Parabéns, 'Folhinha', muitos mais 50 anos! Feliz aniversário! Eeeeeeeee!"

Adriana Calcanhotto, 47, que canta para crianças com o nome artístico Adriana Partimpim.

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MARCOS PONTES

"Educação é a maior prioridade de desenvolvimento de qualquer governo realmente sério. Ela promove a ordem social, reduzindo diferenças, e estrutura o progresso do país qualificando profissionais. Bem conduzida, terá impacto positivo em todas as questões sociais do país.

Hoje em dia, embora ainda continue como astronauta à disposição do país, considero meu trabalho pela educação como minha principal missão para com o Brasil. Nessa batalha temos aliados importantes para a comunicação com os pequenos, como a 'Folhinha', que, com sua excelente qualidade e constante preocupação em trazer matérias com conteúdos que somam conhecimento e estimulam valores positivos para nossas crianças, merece com grande ênfase meus aplausos pelo aniversário de 50 anos! Parabéns, 'Folhinha'!"

Marcos Pontes, 50, astronauta.

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Fabio Braga/Folhapress
A atriz e cantora, Larissa Manoela, 12, que interpreta Maria Joaquina em
A atriz e cantora, Larissa Manoela, 12, que interpreta Maria Joaquina em "Carrossel".

LARISSA MANOELA

"Eu gosto de todas as seções da 'Folhinha', mas principalmente as matérias sobre teatro. Eu gosto muito desse assunto, pois já fiz três musicais. Gosto também das informações que constam na 'Folhinha', pois são legais e às vezes nos ajudam a realizar trabalhos do colégio.

A seção de literatura me fascina, eu adoro ler e curtir os romances juvenis da Paula Pimenta. Gostei muito da matéria que saiu sobre a novela Carrossel. As crianças tiveram a oportunidade de conhecer melhor os personagens e a história da trama. Acho que todo o tipo de leitura é interessante para que as pessoas fiquem informadas sobre tudo o que acontece no mundo.

Embora hoje em dia haja a internet, que também informa, os jornais impressos podem ser guardados, e o dia que você precisar relembrar de alguma matéria poderá ler sempre que quiser."

Larissa Manoela, 12, atriz e cantora, interpreta a Maria Joaquina na novela "Carrossel".

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MARIO SERGIO CORTELLA

"Eu tinha nove anos quando comecei a ler a 'Folhinha'. A primeira coisa que quero dizer é que me formei lendo a 'Folhinha'. Nasci em Londrina, no Paraná, e o meu pai assinava a Folha. Eu tinha gosto de ler a 'Folhinha'. Foi nela que li as primeiras historinhas. Lembro que eu sempre tinha boa expectativa quanto ao caderno. A 'Folhinha' ajudou a me seduzir para o mundo da leitura porque não é uma coisa exclusiva de tarefa escolar, como livros que as crianças têm de ler por obrigação. A 'Folhinha' não é uma obrigação. O caderno sempre teve um conteúdo que não seduzia a criança como fosse um adulto em miniatura, mas como se a criança tivesse personalidade própria. Acho que os cadernos infantis devem ser mesmo assim, um território no qual criança quer caminhar e se transformar em leitora, independente da plataforma, seja no jornal impresso ou no computador e no tablet.

O grande papel pedagógico é que a 'Folhinha' não despreza a inteligência da criança. É curioso pensar que a palavra 'infantil' em latim significa 'aquele que não pode falar', em dois sentidos: aquele que não é capaz e aquele que é proibido. E sempre achei que a 'Folhinha' tem a capacidade de falar conosco e nos fazer falar."

Mario Sergio Cortella, 59, doutor em educação.

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Alessandro Shinoda/Folhapress
O jornalista e apresentador Marcelo Tas, que participou dos programas
O jornalista e apresentador Marcelo Tas, que participou dos programas "Rá-Tim-Bum" e "Castelo Rá-Tim-Bum".

MARCELO TAS

"Quando a 'Folhinha surgiu', eu era bem pequenininho. Foi uma faísca nos meus olhos, bem no início da minha aventura infinita da leitura. Depois descobri o prazer de trabalhar para crianças na TV e voltei a ser leitor assíduo. Hoje, quem pesca a 'Folhinha' lá de dentro das folhas do jornal é Clarice, minha filha de oito anos. Obrigado e longa vida para você, garota 'Folhinha'!"

Marcelo Tas, 53, jornalista e apresentador de TV, que divertiu muitas crianças nos programas "Rá-Tim-Bum" e "Castelo Rá-Tim-Bum".

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WELLINGTON NOGUEIRA

"A 'Folhinha' é uma parte inesquecível da minha vida. Lembro que, na minha época, ela era publicada aos domingos. Lembro muito do meu pai lendo o jornal grande no domingo e eu procurando pela 'Folhinha' lá no meio. Tinha as historias do Mauricio de Sousa. Eu adorava o Horácio, aquele dinossauro existencial. E tinha muitas atividades, como ligar os pontos, colorir os espaços em branco... Eu era apaixonado.

A 'Folhinha' fez parte da minha infância. Lembro de uma ocasião em que eu ia fazer uma cirurgia, e a 'Folhinha' tinha uma seção de 'como levar uma vida saudável'. A seção mostrava o Franjinha, da Turma da Mônica, tomando café, escovando os dentes, indo pra escola... eu recortei essas páginas e preguei na parede do meu quarto, para eu ficar bem saudável para minha cirurgia. Os quadrinhos foram meu passaporte para os livros. Aprendi a ler nas histórias em quadrinhos.

A 'Folhinha' me estimulou muito a ler, a ser curioso, e eu tenho um carinho muito grande pelo caderno."

Wellington Nogueira, 50, fundador dos Doutores da Alegria.

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Leticia Moreira/Folhapress
A escritora Eva Furnari, autora da série de livros
A escritora Eva Furnari, autora da série de livros "A Bruxinha Atrapalhada"

EVA FURNARI

"Acho que o interessante de um suplemento infantil como a 'Folhinha' é iniciar o hábito da leitura de um jornal. Outro aspecto importante é que a criança leitora também começa a participar de notícias e discussões de questões do seu próprio universo. Gosto muito da seção de indicações de livros; acho que é um espaço cultural que falta na mídia hoje e que a 'Folhinha', inteligentemente, oferece."

Eva Furnari, 64, escritora, autora da série de livros "A Bruxinha Atrapalhada".

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ALOIZIO MERCADANTE

"É louvável a iniciativa da Folha de S. Paulo ao oferecer um instrumento de incentivo à leitura voltado para crianças. Sabe-se que a leitura, quando estimulada desde cedo, amplia as oportunidades educativas de meninas e meninos. A 'Folhinha' também pode servir de material de apoio dos professores à prática pedagógica, já que aborda temas culturais e atualidades do universo das crianças. No processo de escolarização, a capacidade de produção de textos evolui com a garantia da prática da leitura.

Portanto, nesse cenário, a 'Folhinha' contribui para o desenvolvimento das crianças, aprimorando o conhecimento, de modo que elas possam falar e escrever sobre temas diversos, tanto na escola quanto no dia a dia."

Aloizio Mercadante, 59, ministro da educação.

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Márcia Ribeiro/Folhapress
Pedro Bandeira, 71 anos, que escreve livros para crianças e pré-adolescentes.
Pedro Bandeira, 71 anos, que escreve livros para crianças e pré-adolescentes.

PEDRO BANDEIRA

"Quando a 'Folhinha' começou a ser publicada, a cada domingo eu puxava o caderninho do miolo do jornal e o colocava nas mãos do meu filho, porque a melhor forma de criar um leitor é começar a formá-lo como conhecedor da realidade.

À noite, eu complementava o processo pondo o menino no colo e contando-lhe histórias de fada para apresentá-lo ao sonho."

Pedro Bandeira, 71, escritor.

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CARLA CANDIOTTO

"A 'Folhinha' fez parte da minha infância e agora faz parte da infância do meu filho. Ela sempre esteve na minha vida. Eu tenho 50 anos, a idade da 'Folhinha'. Lembro muito de brincar com a o caderno quando era criança: fazia as atividades de ligar os pontinhos, lia as historinhas, pintava... essas atividades me mantinham ocupada - e agora mantêm o Inácio, meu filho, ocupado.

A 'Folhinha' informa, é divertida, é leve. Mas, mais do que isso, é a minha história e é a história do Inácio, que divide sua leitura entre a 'Folhinha' e o caderno de esportes."

Carla Candiotto, 50, atriz, diretora e co-fundadora da Cia. Le Plat Du Jour.

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Christian von Ameln/Folhapress
Edgard Scandurra, fundador do grupo infantil Pequeno Cidadão, com sua filha Stella.
Edgard Scandurra, fundador do grupo infantil Pequeno Cidadão, com sua filha Stella.

EDGARD SCANDURRA

"A 'Folhinha' tem minha idade! Deve ser por isso que me lembro tanto dela. Na minha infância, adorava ver os quadrinhos, as matérias sobre heróis dos desenhos animados e dos seriados de TV. Durante muito tempo o Horácio, o Jotalhão e os personagens da turma do Mauricio de Sousa chamavam muito a minha atenção, pois eram grandes e coloridos. Essa foi a minha introdução ao mundo da leitura e da informação.

Não podia imaginar que, anos depois, eu seria capa da 'Folhinha' por duas vezes, uma nos anos 1980, com a minha banda Ira!, e agora com o grupo Pequeno Cidadão, em que toco com meus quatro filhos, que assim como eu conhecem a 'Folhinha' desde que nasceram.

Assim, esse suplemento infantil da Folha leva a informação e o contato da criança com a imprensa escrita, com o senso crítico e a noção de cidadania"

Edgard Scandurra, 51, guitarrista, baterista e fundador da banda Pequeno Cidadão.

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ALEXANDRA GOLIK

"A 'Folhinha' é fantástica. É um jornal feito e pensado para as crianças. É uma publicação específica, com artigos muito legais. Pessoas como a Gabriela Romeu e a Mônica Rodrigues da Costa enriqueceram demais a 'Folhinha', fizeram dela um meio muito importante. Acho que a 'Folhinha' é uma referência. É uma grande honra ver uma matéria sobre seu espetáculo teatral no caderno. Lembro de uma matéria muito legal sobre a peça 'Medinho Medão', de 2005. Fiquei super feliz, foi incrível. Me senti a pessoa mais importante do mundo."

Alexandra Golik, 48, atriz, diretora artística do Viradalata e co-fundadora da Cia. Le Plat du Jour.

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CÉSAR GOUVÊA

"O que eu acho muito legal da 'Folhinha' é que é um jornal para a criança. A 'Folhinha' transmite a ideia de que a criança é tão importante quanto o adulto. Com a experiência que eu tenho com crianças, acredito que não há espetáculo infantil, e sim um espetáculo para todas as idades. Acho que os programas mais legais são aqueles para toda a família, e não só para criança. Acho que assim é mais divertido. É muito legal que elas vejam os pais rindo e que interajam com eles.

E a 'Folhinha' também faz isso. Dentro do jornal, um lugar tão adulto, tem jornal para criança. Ela pode compartilhar dessa ação de ler o jornal. Todo mundo lembra do avô e do pai lendo jornal de manhã. Acho importante a criança participar disso."

César Gouvêa, 41, diretor da Cia. do Quintal.


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