Eles estão por toda parte: escondidos nas árvores, em cima dos telhados, no fundo dos rios. Mesmo pouco conhecidos pelas crianças da cidade, os seres fantásticos do folclore brasileiro ainda assustam muita gente.
"Eles são mais vivos onde as pessoas não vão tanto à escola. Nas cidades, onde é maior o estudo, esses mitos são deixados para trás. É uma perda irrecuperável", diz Ricardo Azevedo, que já escreveu diversos livros infantojuvenis sobre cultura popular.
Para comemorar o Dia do Folclore, celebrado na última quinta-feira, a "Folhinha" selecionou criaturas desconhecidas que assombram crianças das cinco regiões do país.
Em vez das histórias de Sacis e Curupiras, o caderno traz lendas como a do Minhocão, que vive no rio São Francisco, da Matinta Pereira, que assovia pela Amazônia, e da Pisadeira, que mora nos telhados de São Paulo.
"Uma das maneiras de preservar essa tradição é a literatura. Desde a Grécia antiga, transforma-se lendas orais em livros", conta a escritora Heloisa Prieto, que selecionou quatro dicas de obras para crianças sobre o tema.
De acordo com ela, a internet também pode ajudar nessa preservação. "Nela podemos ter imagens, textos e cantigas de roda."
Já imaginou a gravação da gargalhada do Pé de Garrafa, que amedronta crianças do cerrado?
ILUSTRAÇÕES
Os personagens aqui apresentados foram ilustrados por Roger Mello, que já foi finalista do prêmio Andersen, o principal da literatura infantil.
Exceto o desenho do Minhocão, já publicado em um livro do autor, todos os outros foram criados especialmente para esta edição.