Não é raro ver na TV as imagens tristes feitas em feiras livres: papagaios apertados em gaiolas, macacos enjaulados, jabutis amontoados em sacolas.
Eles foram retirados de seu habitat natural por traficantes de animais.
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Esses bichos costumam ser vendidos para colecionadores de animais exóticos, laboratórios de medicamentos e pet shops. A onça pintada e os jacarés, por exemplo, são mortos para que seu couro seja usado na fabricação de bolsas, casacos etc.
No Brasil, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e a Polícia Ambiental procuram impedir esse comércio. Quando conseguem resgatar os animais, fiscais tentam devolvê-los à natureza. O traficante pode ser condenado a pagar multa e ser preso.
Mas a maioria dos bichos morre logo após ser retirada de seu ambiente. A maior parte das mortes ocorre no transporte, feito em condições cruéis: animais dopados com remédios e amontoados em sacolas, canos ou pequenas gaiolas, em porta-malas.
Os bichos que sobrevivem ao transporte podem morrer no cativeiro, por não se adaptarem à vida sem liberdade ou não serem tratados de maneira adequada.
Fora a crueldade, o tráfico de animais silvestres pode contribuir para a extinção de espécies. Além disso, muitas vezes, um animal desses, adquirido como de estimação, é abandonado pelos donos, que não sabem como criá-lo.
Quem quiser denunciar a venda ilegal de bichos pode ligar para o Ibama (tel. 0800-61-8080).
Joel Silva/Folhapress | ||
O dono do pássaro agapornis não sabe se seu bicho de estimação tem certificado do Ibama |
ANIMAL PRECISA DE REGISTRO
Animais silvestres --tartarugas, papagaios, araras, canários, curiós, tucanos, emas, jacarés, capivaras, coelhos, borboletas etc.-- podem ser vendidos desde que tenham uma autorização especial.
Lojas e sites que comercializam esses bichos precisam ser registrados no Ibama. O bicho precisa ter nota fiscal com o número do registro da loja, a espécie e a identificação individual do animal.
Pássaros, por exemplo, devem portar uma anilha, que é um anel plástico inviolável, contendo o número de identificação. Outras espécies podem trazer um microchip com a identificação. Saiba mais: renctas.org.br
Eduardo Knapp/Folhapress | ||
Maria Isabel, 10, tem duas aves silvestres com certificado do Ibama |